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Enviada em: 06/09/2018

O preconceito de gênero é enraizado no Brasil desde a chegada dos portugueses patriarcalistas nesse território. Hodiernamente, essa discriminação persiste e se manifesta em várias instâncias sociais. Assim, a violência contra a mulher durante a concepção do filho é um paradigma dessa situação, já que atos arrogantes e procedimentos tradicionalistas de profissionais parturientes, pautados nesse preconceito, perduram em salas de parto.      Primeiramente, é preciso compreender como a arrogância profissional é causadora dessa violência. Isso se dá quando médicos e enfermeiros atuam de modo estritamente técnico, sem considerar aspectos humanísticos. Assim sendo, procedimentos considerados normais podem agredir física e emocionalmente a grávida. A exemplo, a mãe Joyce Guerra, deficiente visual, teve seu filho com o método cesariano sem obter explicações prévias sobre o procedimento, bem como não teve direito a ter acompanhamento de sua médica e cuidados anestésicos adequados.       Ademais, é necessário analisar que tais atitudes têm relação com a continuidade do tradicionalismo nas maternidades. Isso ocorre porque cursos das áreas da saúde, como medicina e enfermagem, ainda apresentam uma forma antiquada de ensino, no qual a formação humanizada ainda é desvalorizada. No Brasil, poucos cursos apresentam essa abordagem, como é o caso da Universidade Federal de Viçosa.     Destarte, fica evidente que a agressão física e emocional de parturientes é uma problemática a ser combatida. Para isso, seria ideal que o Ministério da Saúde sensibilizasse médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde sobre o parto humanizado, através de cursos, minicursos e workshops anuais em postos de atendimento. Ao Ministério da Educação, seria adequada a função de reformular cursos de medicina e enfermagem, acrescentando a eles disciplinas sobre visão holística do cuidado humano e valorização da mulher, para garantir aos estudantes uma formação mais respeitosa.