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Enviada em: 08/10/2018

É tácito, ao analisar o cenário hodierno, a atuação da herdade patriarcal no que tange a formação de ideários individuais. Nesse sentido, observa-se a presença de práticas vetustas e preconceituosas, as quais, diariamente, afligem as mulheres em âmbito global. Concomitantemente a isso, é salutar elucidar a vultuosa ocorrência da violência obstétrica, efetivação pautada em preceitos sexistas e desumanos. No Brasil, esses episódios turbulentos atingem, assustadoramente, 25% das constituintes do sexo feminino e reverberam malefícios durante toda a vida daquela que é a progenitora de todas as civilizações. Mediante o elencado, é evidente que os poderes estatais precisam, urgentemente, cessar as negligências legislativas no tocante a esses incidentes ímpios para que, assim, sejam atenuados.   Em primeiro plano, é importante ressaltar os perigos do descaso governamental acerca da temática. Nessa ótica, considerando a exiguidade de criação de políticas humanizadas, a sociedade sofre os efeitos de maneira plena. John Locke, ao defender o conceito da "Tábula Rasa", o qual consiste na pressuposição de que um indivíduo internaliza as experiências por ele vivenciadas e após um período de observação as reproduz, não imaginava que essa se aplicaria, integralmente, à contemporaneidade. Analogamente, a teoria do filósofo inglês relaciona-se ao cenário vigente na atualidade, visto que, como consequência da defasagem legisladora do poder público, o imaginário popular tende a não debater o assunto. Diante disso, as mulheres permanecem desamparadas social e legalmente, o que representa uma estagnação moral da sociedade, a qual não supre os anseios integrais da nação.   Em segundo plano, convém salientar que o advento da globalização permitiu que discussões no tangente ao tema fossem ampliadas. Isso permite, primordialmente, obter vultuosos relatos daquelas que foram, brutalmente, agredidas. Além disso, a existência de redes sociais corroborou maiores denúncias, o que possui como consequência maior atenção dos governantes a essas práticas. O Século XXI, contudo, não atenuou, completamente, os imbróglios destinados às mulheres e lacunas ainda se fazem existentes. Nesse contexto, seguindo o pensamento de Michel Foucault de que é necessário deixarmos ideais ultrapassados para trás, a coletividade dará o primeiro passo para mudar.   Torna-se evidente, portanto, que a problemática da violência obstétrica urge soluções. Consoante a isso, cabe ao Governo, por meio do Poder Legislativo criar e adequar leis às necessidades básicas da mulher no momento do parto. Para que isso seja feito, mulheres devem ser priorizadas para a manutenção dessas, uma vez que a representatividade é o pilar para uma transformação social. Assim, após a implementação das medidas, o sexo feminino desfrutará de direitos inerentes ao ser humano. Indubitavelmente, a "Tábula Rasa" de John Locke terá outro significado perante ao Brasil.