Cortar e costurar a vagina de uma mulher sem dar anestesia.Obrigar um parto por cesária contra a vontade da gestante.Essas são algumas das práticas que fortalecem a ideia de que a saúde deixou de ser um direito universal para se tornar um produto.Diante desse contexto, a violência obstetrícia subjuga mulheres brasileiras, com atos contra a integridade física e moral.Nessa perspectiva, as atitudes danosas demandam esforços no sentido de alterar o cenário. Em primeiro plano, é possível observar a indiferença das autoridades no que tange a violência obstetrícia.Nesse viés, o sociólogo Zygmount Bauman desenvolveu o conceito de “Instituição Zumbi”, no qual o Estado perdeu sua função na sociedade, porém manteve o seu formato. Sob essa conjectura, o Poder Público brasileiro corresponde a teoria de Bauman, na medida em que não impõe políticas públicas capazes de garantir o cuidado e o respeito com a parturiente.Segundo um dossiê elaborado pela rede de mulheres Parto do Princípio, 25% das pacientes sofrem algum tipo de agressão ou ofensa durante a gestação ou no momento do parto. Sendo assim, o problema denunciado pela teoria das “Instituições Zumbis” perpetuará. Concomitantemente a essa questão estrutural, quando o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, garantindo a dignidade humana a todos, corroborou-se a ideia de que eixos como a violência obstetrícia não podem ser tolerados. Não obstante, o Sistema Único de Saúde (SUS), demonstra ser incapaz de aplicar o ideal iluminista durante partos.Nesse sentido, é indubitável que a dignidade garantida não se enquadra às mulheres, apresentando como o grave problema pode fragilizar a saúde de mães e bebês.Assim, a violência obstetrícia em debate no Brasil não contribui para a nação que almeja desenvolvimento, haja vista que, a prática é sinônimo de retrocesso. Diante dos fatos supracitados, é necessário que o desrespeito durante o parto seja repudiado. Logo, o Poder Executivo, por meio da Agência Nacional da Saúde, deve supervisionar a postura de equipes médicas, com visitas regulares em hospitais, a fim de minimizar a omissão estatal.Ademais, a população pode realizar debates capazes de denunciar os casos de violência, por intermédio de discussões em redes sociais, relatando a ausência de dignidade a que mulheres são submetidas, como a falta de informação, com a finalidade de desestimular as condutas e libertar, enfim, o país da convicção de Zygmount Bauman.