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Enviada em: 08/10/2018

São poucas as coisas que unem todos seres humanos do planeta e uma dessas raras coisas é que todas pessoas vieram ao mundo por meio de mulheres que lhe deram a luz através do parto. Contudo, mesmo esse momento sendo uma similaridade universal pouco se fala socialmente no Brasil sobre o parto e menos ainda sobre a violência que algumas gestantes passam nesse momento. Consequentemente, por não ser um assunto debatido e analisado a violência obstétrica tem atingido níveis alarmantes no país. Dessa forma deve-se analisar como a herança histórico-cultural e omissão do Estado influência na problemática em questão.  É relevante enfatizar, em primeiro lugar, que a herança histórico-cultural é uma das principais responsáveis pela incidência da violência obstétrica. Isso decorre do século XVI, quando a sociedade patriarcal açucareira definiu que a mulher não tinha direito sobre seu corpo sendo propriedade do seu pai até o casamento, quando passava a ser de seu marido, dessa forma cabia a figura feminina apenas aceitar o que era feito com si. Adicionalmente, a Igreja Católica com seu forte poder de influência apontava o sofrimento no parto como um castigo divido e natural oriundo do pecado inicial cometido por Adão e Eva. A sociedade então por tender a incorporar estruturas sócias, como defendeu o filósofo Pierre Bourdieu, naturalizou essa visão e reproduziu ao longo das gerações. Por consequência mesmo depois de tantos anos ainda existe quem defenda o sofrimento desnecessário da gravida no parto.  Outrossim, seria ingênuo não observar como a omissão do Estado também influência no problema em questão. Embora exista estudos que apontem que 1 em cada 4 mulheres é vitima de violência durante o momento do parto e que só no SUS se faz mais que o dobro de cesáreas do que a OMS recomenda, ainda não existe nenhum órgão que regulamente, fiscalize e puna essas ações. Na obra "Sítio do Picapau Amarelo" a personagem Emília ao fechar os olhos e brincar de faz conta transforma em realidade sua imaginação e essa a impressão que os governantes passam a população que se encontram brincando de faz de conta pois embora a problemática esteja tomando números alarmantes ainda não foi tomada nenhuma grande medida de auxilio da melhoria da questão.   Fica claro, portanto, a necessidade de medidas a serem tomadas. O Governo Federal deve aumentar de forma significativa o investimento no Ministério da Saúde para que esse em conjuntura com Conselho Federal de Medicina possa criar órgãos de orientação,denúncia, fiscalização e punição de violência obstétrica. Ademais, é papel da mídia como formadora de opinião e incentivadora de padrões sociais trabalhar em seus programas a quebra de valores patriarcais e religiosos sobre o corpo da mulher. Para que assim casos do tipo possam ser erradicados do país.