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Enviada em: 09/10/2018

Atualmente, o Brasil enfrenta uma forte adoção de diversas práticas e métodos desnecessários na maioria dos partos ocorridos em hospitais do pais inteiro, como a manobra de Kristeller, aplicação de soro com ocitocina, desacatos verbais e morais, a obrigatoriedade de realizar o parto em determinada posição, a indução à cesariana, a proibição de um acompanhante no momento do parto, a efetuação da episiotomia, dentre outros. Todavia, poucas mulheres sabem que tais medidas são consideradas violência obstetrícia, o que é uma total violação de seus direitos e corpos.   Haja vista, apenas 19% das mulheres tiveram acompanhamento durante todo o período de hospitalização, tal fato contraria a vigente Lei do Acompanhante, deixando inúmeras mulheres sozinhas e fragilizadas durante um momento decisivo e de suma importância em suas vidas. O que resulta em uma maior facilidade e probabilidade dessas mulheres sofrerem mais ataques de violência obstetrícia, tendo em vista que um acompanhante pode intervir em atos abusivos dos médicos e equipes médicas, já que apenas a parturiente sozinha, muitas vezes, é ignorada ou até mesmo humilhada pelos profissionais com os quais está lidando.  Apesar de já ser divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que a realização da Episiotomia, comumente apelidada como "pique", é uma prática extremamente desnecessária e irrelevante na maioria dos partos normais, ela ainda é muitíssimo utilizada por vários obstetras sem se quer o consentimento das pacientes. A episiotomia é um corte realizado no períneo, área entre o ânus e a vagina, antes, feita por acreditar-se facilitar o parto normal, hoje em dia, virou uma questão de hábito, em que o corte muitas vezes é feito além do recomendado. Em virtude dessa abominável prática, muitas mulheres levam consigo, não somente cicatrizes enormes, mas também o sentimento de ter seu corpo violado e a vida sexual arruinada (já que em muitos casos a área fica sensível).  Dado o exposto, é necessário que o Governo atribua aos currículos escolares a obrigatoriedade do ensino sobre violência obstetrícia, para que por meio da educação, as mulheres contemporâneas cresçam cientes de seus direitos. Também se faz indubitável que o Governo elabore e exija o cumprimento de leis referentes ao asseguramento do bem estar das gestantes brasileiras, punindo judicialmente os médicos e equipes que as descumprirem, mantendo suas prerrogativas como o livre arbítrio para escolher uma pessoa que possa lhe acompanhar durante a hospitalização, a decisão entre cesariana ou parto normal e se a paciente quer ou não ser adepta de práticas como a episiotomia. Tal iniciativa age em prol do fim da violência obstetrícia no país, permitindo, dessa maneira, que todas as gestantes possam desfrutar de seus direitos como cidadãs.