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Enviada em: 13/10/2018

Nascido no século V a.C, Hipócrates, pai da Medicina, era conhecido pela atenção aos mínimos sinais emitidos pelo corpo do paciente. Hoje, porém, a prática médica, em especial para as mulheres grávidas, é escandalizada pela falta de cuidado e existência de maus-tratos que inverte a preocupação da ciência nascida na Grécia Antiga e compromete o bem estar da gestante. Nesse contexto, deve-se analisar como o interesse econômico e a falta de informação beneficia a problemática em questão.       A princípio, convém destacar que o assunto tratado é favorecido por uma visão unicamente capitalista na área da saúde. Tal fato pode ser evidenciado na compulsividade presente na indicação, pelos médicos, do parto cesário como a escolha a ser feita pela gestante. Essa cirurgia, apontada como arriscada pela Organização Mundial da Saúde, é mais cara e possibilita o controle sobre o momento do parto, garantindo um ritmo industrial do procedimento. Sendo assim, fica claro que, contrariando a ética qualitativa do filósofo Stuart Mill, a obstetrícia moderna prioriza os lucros em detrimento do conforto e bem estar da paciente.      Atrelada a esse elemento pilar, é notório que a falta de informação se relaciona com a violência obstetrícia. Isso ocorre porque, sem o conhecimento mínimo sobre o tratamento que deve esperar, as mulheres ficam sujeitas a serviços precários. Em um panorama como esse, muitos hospitais, contrariando a lei criada em 2005, impede que a grávida seja acompanhada por outra pessoa. Consequentemente, o mau atendimento que poderia ser evitado pela denúncia imediata de um familiar passa a ser normatizado.       Diante dos argumentos supracitados, faz-se necessário que o governo busque criar, mediante o Legislativo, leis que venham punir com maior rigor os profissionais que, buscando apenas o lucro, exponha o paciente a situações traumáticas. Outrossim, é imprescindível que o poder público, com o Ministério da Saúde, busque criar campanhas–na TV e nas redes sociais– que informem sobre os direitos da gestante ao mesmo tempo que obrigue a disponibilização dessa informação em murais fixados nos salões das maternidades e hospitais, levando o conhecimento constitucional às mulheres e familiares, com o fito de combater os abusos que a gravida sofre por causa da sua alienação. Assim, a inversão da medicina de Hipócrates será enfrentada.