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Enviada em: 14/10/2018

Catálise social             Em seus estudos, o sociólogo alemão Max Weber defende que o processo de entendimento da realidade social seria possível por meio da interpretação das ações dos indivíduos. Sob essa ótica, a violência obstétrica exige uma discussão mais ampla haja vista que a problemática permanece intimamente relacionada à conjuntura social do pais, fruto não só da inobservância governamental como também da precariedade de atendimento pelo SUS.             Em primeiro plano, indiscutível que a negligência governamental contribui para permanência do problema. Isso ocorre porque, conforme Zygmunt Bauman destaca o conceito de "Instituições Zumbis", segundo o qual o Estado perdeu sua função social. Nesse sentido, tal conceito se mostra uma realidade, visto que o Poder Público não impõe políticas públicas efetivas de combate à violência obstétrica, assim como não promove a garantia de cuidado e o respeito durante o parto às mães brasileiras, fato que colabora ainda mais para aumentar as taxas de mulheres que sofreram agressões ou ofensas.             Outrossim, cabe-se ressaltar que a falta de dignidade no atendimento pelo SUS - Sistema Único de Saúde - influencia negativamente no impasse. Nessa perspectiva, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão assegura o tratamento digno a todos os indivíduos. Todavia, é indubitável que a precária infraestrutura, a carência de profissionais qualificados e a crescente violência obstétrica deturpam tal premissa constitucional e impedem que parcela significativa das mães realizem um parto sem sofrer violência física ou moral, uma vez que, segundo dados da revista Época, mais de 20% das mulheres já sofreram algum tipo de violência durante o momento do parto.             É imprescindível, destarte, que a violência obstétrica deixe ser uma realidade no Brasil. Para tanto, é imperativo que o Governo Federal direcione capital que, por intermédio do Ministério da Saúde, será revestido na criação de políticas públicas nacionais para combater a violência durante o parto, por meio de fiscalizações regulares, além de punições mais severas àqueles que  desrespeitarem às mães em trabalho de parto para, dessa forma, atenuar as taxas de agressões nesse contexto. Ademais, o Governo Municipal deve realizar melhorias na infraestrutura dos hospitais, bem como oferecer cursos de aperfeiçoamento profissional para médicos e enfermeiros, a fim de tornar o atendimento mais digno para as mulheres e, por consequência, mitigar a violência a no parto. Assim, o Estado atuará como catalisador social, contribuindo para acelerar o processo descrito por Weber, de entendimento e combate à problemática.