Materiais:
Enviada em: 15/10/2018

A violência obstetrícia em debate no Brasil       Estudos conduzidos por entidades promotoras do bem-estar das gestantes brasileiras apontam para uma infinidade de violações cometidas contra as grávidas em seu período gestacional. Tais desvios, conhecidos pelo termo violência obstetrícia, podem transformar a experiência da maternidade em algo traumático e doloroso, requisitando, então, uma intervenção do governo e sociedade para combater e discutir esse problema.        No panorama atual, direitos garantidos em lei, como a garantia do acompanhante no momento do parto ou até mesmo o fornecimento de alimentação adequada no trabalho de parto são sumariamente ignorados pela maioria dos estabelecimentos de saúde, sejam eles pertencentes ao regime público ou privado. Além disso, procedimentos cirúrgicos desnecessários e manobras como empurrar a barriga da gestante, frequentemente, são executados no trabalho de parto. Vale lembrar que os elementos citados anteriormente não são recomendados pela OMS.       Ademais, as violações contra as gestantes são efetuadas sem grandes contestações na maioria dos casos. Essa ausência de combate é justificada pelo desconhecimento dos próprios direitos pelas mulheres, fragilidade experimentada durante o momento do parto e por um certo corporativismo da equipe funcional que perpetua a cultura da violência obstetrícia.       Expostas algumas experiências da violência obstetrícia, é necessário que o governo estabeleça um controle maior sobre a aplicação das leis vigentes protetivas da gestante, inclusive criar leis específicas para esse intuito. Ainda no âmbito governamental, deve ocorrer a difusão do conhecimento dos direitos das gestantes. Além disso, as redes de apoio a mulher grávida são boas iniciativas e sua atuação deve ser ampliada.       Outra iniciativa interessante para combater a violência obstetrícia é difundir o conhecimento a respeito do plano de parto. Em tal plano, a gestante conhece quais são os procedimentos recomendados pela OMS para a gestação e seus direitos como grávida. A partir do mesmo, a gestante tem meios para discutir os procedimentos sugeridos e defender as melhores práticas em seu período gestacional.