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Enviada em: 15/10/2018

Os seres humanos, mesmo com suas individualidades, possuem algo em comum; todos vieram à vida pelo processo de parto. Desse modo, por se tratar de um mecanismo biológico incrível, o momento em que o bebê está prestes a nascer é tido como um dos mais importantes na vida das mulheres. Entretanto, no Brasil, esse episódio adquiriu contornos negativos, tanto para as mamães, quanto para os filhos. Sob esse viés, o parto por cesárea se configura como um dos principais problemas vivenciados pelas gestantes, visto que grande contingente de grávidas opta pelo parto natural e, mesmo assim, são submetidas à cirurgias invasivas, o que configura a violência obstétrica.                              Em consequência disso, foi criada, em 2017, a lei n° 17.097 que prevê a proteção das mulheres acerca da violência obstétrica. De acordo com o artigo 2° da mesma lei, a agressão supracitada é caracterizada como todo ato que ofenda física ou verbalmente futuras progenitoras. Porém, mesmo com os devidos amparos jurídicos, cerca de 25% das brasileiras que se tornaram mães sofreram algum tipo de desrespeito, segundo dados divulgados pelo site da Revista Época. Dessa maneira, é evidente a situação deplorável no qual as posteriores mães estão inseridas, o que as coloca em uma realidade obscura quando, na verdade, necessitam de pleno apoio e cumplicidade.                               Além disso, a falta de humanização nos partos assola tal classe feminina. Consoante à isso, o documentário, A voz das brasileiras, retrata os relatos de diversas mulheres, onde as mesmas expõem e compartilham suas experiências desesperadoras vivenciadas no momento da concepção. Dentre as confissões, o caso mais citado é a cesariana forçada, ou seja, àquela em que as gestantes são obrigadas à terem o filho por meios cirúrgicos, ainda que de modo indesejado. Diante disso, é incontestável a falta de sensibilidade e empatia no ato da parição, principalmente, por parte da equipe médica. Como resultado, há sequelas físicas e psicológicas, tanto nas mães, quanto nos pequenos, o que torna triste um momento que deveria ser de alegria.                               Logo, é necessário que a federação, juntamente com as demais esferas, atuem, de forma enfática, na melhoria das condições dos partos das mamães. No que tange à esfera federal, é essencial que o Senado Federal intensifique as punições contra aqueles que praticam violência obstétrica. Ademais, é fundamental que seja criada uma lei que garanta, verdadeiramente, a autonomia da mulher na decisão do tipo de concepção à que será submetida. Já no que diz respeito às demais esferas, é válido a criação de centros de apoio psicológico para genitoras que já foram vítimas de crime obstétrico, visando o apoio completo e amplo às mães da nação.