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Enviada em: 19/10/2018

Em janeiro de 2017, foi aprovada uma lei de proteção à gestante e parturiente durante os períodos pré, intra e pós parto no estado de Santa Catarina. Porém, vê-se necessária a extensão dessa lei para todo país, uma vez que a violência obstétrica é um crime recorrente e muito desconhecido no Brasil.                Indubitavelmente, a humanização do parto é algo crescente nos últimos anos, entretanto ainda se encontra profissionais desumanos nesse meio. Tal violência se caracteriza pela realização de procedimentos médicos desnecessários tanto no parto normal como no cesáreo. Este muitas das vezes é induzido sem o consentimento da mãe, por conveniências atreladas à remuneração recebida pelo médico. E naquele é comum ocorrer agressões verbais, lavagem intestinal, toques excessivos, além de episiotomia (corte do períneo) que já foi proibido pela Organização Mundial de Saúde - OMS - devido risco de infecção e sangramento.                  Além desses traumas físicos supracitados, essas práticas hostis geram sequelas psicológicas semelhantes às das vítimas de estupro. As mulheres rejeitam seu corpo, temem as relações sexuais, têm pavor de uma nova gestação e, por conseguinte direcionam um certo desprezo à vítima mais indefesa desse cenário, o bebê, que pode sofrer futuros transtornos comportamentais em reflexo dos traumas maternos.            Em suma, diante de tamanha brutalidade são necessárias medidas imediatas como a aprovação, pelo Poder Legislativo, dos projetos de lei que asseguram a proteção de gestantes de outros estados, a fim de que essa segurança alcancem as mães de todo país. Outra solução seria um programa de conscientização, implementado pela OMS, durante o pré parto, com distribuição de cartilhas e palestras que incentivem as gestantes denunciar tal agressividade para que profissionais despreparados sejam afastados. Ademais, um curso obrigatório para todo os profissionais de maternidades e casas de parto, exigidos pelos Conselhos de Enfermagem e Medicina, para um melhor preparo da equipe. Dessa forma, é possível evitar que o sonho de ter um filho, idealizado por muitas famílias, se torne um pesadelo.