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Enviada em: 21/10/2018

Como referido por Isaac Newton, um corpo não terá seu movimento alterado a menos que uma força externa considerável aja sobre ele, sobressaindo sua inércia. Esse é, lamentavelmente, o hodierno cenário da violência obstetrícia no Brasil: uma inércia que perdura em detrimento de negligências cometidas pela equipe de saúde, além de práticas discriminatórias. Sendo assim, cabe analisar os principais pilares dessa chaga social.   Convém ressaltar, a princípio, que preocupações associadas a essa problemática não apenas existem, como vêm crescendo diariamente. Isso ocorre, principalmente, em virtude de os casos estarem aumentando alarmantemente, exemplificando isso pode-se citar uma matéria publicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em janeiro de 2018, em que foi relatado que a violência obstétrica atinge 1 em cada 4 gestantes no Brasil. Outrossim, vale destacar as condutas desazadas para com as gestantes, evidenciando-se no excesso de exames de toque, na insistência dos profissionais pelo parto normal, mesmo quando é importuno, como quando o bebê não se encontra na posição ideal para a realização de tal procedimento; atos como esse acarretam à acentuação da problemática.    Faz mister, ainda, salientar as práticas discriminatórias no âmbito hospitalar como impulsionador do problema exposto. Primordialmente, o Ministério da Saúde caracteriza a violência obstétrica como agressões psicológicas, verbais, simbólicas, sexuais e físicas, desde o início da gestação até o pós-parto. Sob o mesmo ponto de vista, particularidades como raça, condição financeira ou, até mesmo, gravidez precoce viram justificativa para profissionais desprovidos de humanidade cometerem atitudes grotescas e implausíveis com as pacientes; tais feitos favorecem na formação de um problema social com dimensões cada vez maiores.     Destarte, forças externas suficientes devem tornar efetivas, vencendo a inércia mencionada inicialmente. Sendo assim, o Ministério da Saúde deve promover campanhas e palestras, ministradas por médicos e enfermeiros, que discutam sobre como a lactante deve proceder nesse caso, a fim de efetivar seus direitos e de punir os infratores. Aliado a isso, é necessário que o Ministério da Educação, em parceria com o Governo Federal, financie projetos educacionais nas escolas, por meio de uma ampla divulgação midiática, que inclua propagandas televisivas em jornais e debates entre professores e alunos relatando a importância do atendimento humanizado em todo o corpo social, para que os futuros profissionais não adquiram tais atitudes repugnantes. Somente assim, com medidas graduais, haverá uma sociedade íntegra e desprendida de intolerância.