Materiais:
Enviada em: 22/10/2018

Consoante o obstetra Michel Odent: ”Para mudar o mundo, é preciso antes, mudar a forma de nascer”. Tal análise, afirmada pelo médico francês, evidencia o problema social circunscrito na indústria de nascimento em consonância à violência obstetrícia nos hospitais do mundo. Em âmbito nacional, esse debate se agrava ainda mais devido à falta de infraestrutura educacional do assunto, e o paradigma que qualifica a opinião de médicos, corriqueiramente levianas, como soberana.        Em primeiro plano, é importante ressaltar que os investimentos voltados para a área biomédica na esfera educacional no Brasil são ínfimos, haja vista a carência de professores capacitados na rede pública, bem como a escassez de clínicas universitárias. Dentro desse aspecto, fica evidente a negligência governamental no que tange a formação acadêmica adequada dos estudantes, o que corrobora a sociedade profissionais despreparados para atender as demandas sociais. Prova disso se nota mediante os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), que indicam que o parto cesáreo prevalece em detrimento do normal, uma vez que tal processo requer menos esforço de quem o rege, contudo, este se faz muito mais danoso para a gestante, tendo em vista que a sua recuperação é muito mais lenta, por exemplo.        Além disso, segundo o site Veja, 25% das mães sofrem violência obstetrícia – caracterizada geralmente, pelo desrespeito à lei de acompanhamento, banho frio, falta de alimentação e até cirurgia feita sem anestesia – durante o ato de parição. Tal estatística demonstra, portanto, que a violação aos direitos assegurados constitucionalmente as mulheres, muita das vezes desconhecidos por elas, ocorre frequentemente, uma vez que estas acatam o dito pelas equipes médicas como verdades absolutas.        Diante do exposto, é mister remodelar as políticas públicas no tocante à saúde a fim de proporcionar a humanização do parto, como também ratificar a dignidade da mulher gestante. Desse modo, compete ao Ministério da Saúde em concorrência ao Ministério da Educação promover parcerias entre universidades e hospitais, com o objetivo de ampliar a quantidade de residentes nas clínicas para que estes se familiarizem-se com a realidade das futuras mães e as atendam de maneira íntegra. Assim, o mundo gradativamente mudará, conforme disse Odent.