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Enviada em: 22/10/2018

Jesus Cristo, figura central da religião cristã, tem sua história de vida amplamente registrada e recontada ao longo dos tempos, seu nascimento, que ocorreu em um estábulo, é inclusive o ponto de partida do nosso calendário. Entretanto, 2018 anos depois, a realidade das brasileiras no ato de dar a luz está longe do lúdico, tonando-se para muitas gestantes um dia a ser esquecido, visto que a mercantilização da medicina e a desumanização da mulher em trabalho de parto são problemas evidentes em nossa sociedade.       Em primeiro plano, é importante ressaltar que a aplicação do modelo capitalista, que incentiva o lucro em primeiro lugar, nos hospitais mudou totalmente a maneira com que as grávidas são vistas. Além disso, dados como os do Ministério da Saúde, que mostram o número de partos cesarianos chegando a 60% do total no país, demonstram um grave problema, já que o parto normal deve ter prioridade sempre que não houver risco de vida. Portanto, mudar a prioridade da economia de tempo e do lucro para um nascimento saudável é essencial para mudar esse cenário.       Em segundo plano, a apatia em relação às emoções femininas no momento do nascituro, além da recorrente prática de maus-tratos são fatores que devem ser considerados. Nesse sentido, o famoso obstetra e defensor do parto normal, Michel Odent, defende que “Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer”, já que é daí que todos nós viemos. Assim, fica claro que qualquer tipo de violência obstétrica, seja ela física ou psicológica, deve ser veementemente rechaçada.       Levando o exposto em consideração, é mister implementar mudanças efetivas para solucionar o problema. A priori, o governo federal, aliado ao CFM (Conselho Federal de Medicina), deve criar uma legislação que puna, civil e penalmente, médicos que descumpram os padrões do parto salutar, além de incentivar, por meio de campanhas publicitárias, a escolha do parto natural em detrimento do mecânico, com o objetivo de inibir qualquer atitude desumana e danosa durante a concepção. Só assim, a chegada de um bebê será apenas um momento de celebração e felicidade, sendo sinal de melhora no mundo.