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Enviada em: 31/10/2018

Desde o advento do Liberalismo, no século XVII, sabe-se que a evolução social é uma linha contínua e ininterrupta. No entanto, ao observar os índices de violência obstétrica no Brasil, percebe-se que esse ideal liberalista é verificado apenas na teoria e não, desejavelmente, na prática. Com efeito, a ineficiência estatal e a ausência de empatia servem de bases para a persistência da problemática no país. Diante desses óbices, medidas devem ser adotadas para resolver a situação.   É inegável que as questões políticas estruturais estejam entre as causas da violência obstétrica nos dias hodiernos. Essa situação vai de encontro à Constituição Federal de 1988, a qual garante a todos, em condições de igualdade, o direito a uma educação primorosa. Dessa maneira, tal divergência assume contornos expressivos no Brasil porque não há uma eficiente formação educação na área da saúde, uma vez que o subfinanciamento da educação superior, seja em infraestrutura, seja na qualificação do corpo docente, reflete no despreparo de muitos profissionais. Isso resulta na fragilidade da dignidade humana, visto que maior parte da população utiliza o sistema público de saúde, no qual uma quota desses colaboradores atua.    Outro fator que contribui para o cenário caótico é a falta de empatia por uma parcela do corpo médico, sobretudo os que trabalham na rede pública. Prova disso são os dados da pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, a qual afirma que uma em cada quatro gestantes já sofreram algum tipo de violência no parto. Dessa forma, tal fato é motivado porque as áreas médicas no Brasil, em geral, são as que ofertam melhores condições salariais, visto que em tempos de crise econômica, as pessoas tendem a buscar carreiras que dão estabilidade financeira, mesmo com pouca ou nenhuma vocação para o setor. Com isso, as parturientes podem desencadear distúrbios psicológicos, tais como depressão pós parto, uma vez que se encontram com a saúde emocional vulnerável.   Logo, é evidente a necessidade de se combater a violência obstétrica no Brasil. Para tanto, o Ministério da Educação, responsável pelo desenvolvimento educacional e sociocultural da população, deve, por meio de recursos públicos, investir na melhoria infraestrutural das instituições de ensino superior, através da qual não só disponibilizar verbas públicas, como também criar planos de capacitação do corpo docente, a fim de formar colaboradores habilitados capazes de preservar a dignidade humana. É imperativo, também que a sociedade civil organizada , por intermédio das mídias sociais, repudie as ações violentas sofridas pelas parturientes, com o intuito de mobilizar o Estado a mitigar essa situação. Só assim, a sociedade tornar-se-á mais articulada com bases nos ideais liberalistas.