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Enviada em: 01/11/2018

No século XVII, o rei Luís XIV governava a França e decidiu que dali em diante, as mulheres deveriam dar á luz deitadas para que ele pudesse ver os bebês nascendo. Rapidamente, esse costume foi aderido por seus súditos, se espalhou pela Europa e logo pelo resto do mundo. Hoje, mais de 300 anos depois, a grande maioria das mulheres ainda concebe deitada, sem ter a consciência de que esse não é o jeito mais natural ou saudável de parir seus filhos. Apesar disso, muitos hospitais e obstetras promovem não só essa, como muitas outras práticas pouco saudáveis para as gestantes e seus bebês.       Elas afetam as grávidas negativamente, e podem causar cicatrizes para toda a vida. Mas o que exatamente são essas práticas? Todo comportamento abusivo e despreparado por parte dos médicos e enfermeiros para com a mulher em trabalho de parto pode ser considerado violência obstétrica, desde abusos físicos como subir na barriga da gestante durante o parto para estimular o bebê a sair mais rápido, até ofensas psicológicas como gritar dizendo coisas pejorativas e ameaçadoras, desmerecendo a dor e o sofrimento da gestante. De acordo com uma pesquisa realizada pela organização Artemis, com mulheres brasileiras, 25% delas diz ter sofrido com algum tipo de violência durante o parto, o que é uma porcentagem alarmante.      No entanto, é provável que essas violências não aconteçam por simples má fé dos hospitais e seus funcionários, mas sim por conta de um grande despreparo e desinformação. No mundo patriarcal em que vivemos, e em um país como o Brasil, em que a Lei Maria da Penha só entrou em conduta em 2006, e a Lei do Feminicídio apenas em 2015, fica evidente que violência contra não só as gestantes, como todas as mulheres, apesar de sempre ter existido, só recentemente foi realmente colocada em pauta pelos governantes do país. Assim, apesar de lamentável, não é de se surpreender que tantas mulheres ainda sofram violência obstétrica no Brasil.     Portanto, fica evidente que medidas urgentes devem ser tomadas para acabar com essa violência no  nosso país. Primeiramente, deve tornar-se prioridade do Poder Executivo a aprovação dos já existentes projetos de lei que prevêem o fim da violência obstétrica. Além disso, é estritamente necessária a maior e mais severa fiscalização dos profissionais de saúde durante o trabalho de parto, assim como a organização de palestras e cursos por parte da OMS e dos hospitais, com o intuito de melhor preparar seus funcionários para o tratamento para com as  gestantes e o comportamento apropriado na hora do parto. Por fim, as próprias gestantes podem se educar e pesquisar sobre métodos menos invasivos como por exemplo, o parto humanizado, afim de terem um parto tranquilo e sem surpresas ruins.