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Enviada em: 14/02/2019

As problemáticas que envolvem a violência obstetrícia em debate no Brasil são, até para os olhos menos atentos, umas das chagas mais dramáticas do atual corpo social democrático. Assim como afirma a Lei Do Acompanhante no artigo 1° da Constituição, é dever e obrigação do Sistema Único De Saúde garantir a presença de um acompanhante na sala de parto. Contudo, o que ocorre é que mais de 70% das mulheres, segundo o site Nascer No Brasil, não contam com a presença de nenhum familiar ou parente próximo na hora do concebimento do bebê, o que leva a parturiente a mais dor, medo e desespero, de modo a fazer com que aquele momento tão especial torne-se um terrível pesadelo, principalmente quando falamos de Brasil. Nessa dinâmica, cabe a análise de duas direções: a falta de infraestrutura nos hospitais brasileiros e o uso de medidas desnecessárias por parte da equipe médica.    Ao partir dessa realidade, Marx estava certo ao predispor a necessidade de infraestrutura para toda organização social. Quando se trata dos hospitais brasileiros, a falta de infraestrutura vai desde o papel higiênico até os produtos de limpeza. Nesse sentido, ao falar de como é realizado partos na rede pública, é observável a falta de apoio estrutural à gestante, que além de estar passando por um momento naturalmente doloroso, ainda não conta com coisas básicas que a unidade de saúde deveria oferecer, como banho quente, alimentação e liberdade de andar, gritar e se posicionar como deseja.     No mesmo viés, o uso de medidas desnecessárias por parte da equipe médica corrobora de maneira significativa para a problemática. Ao ler matérias, como a publicada pela revista Época que mostrava a realidade do parto e o número de violências obstetrícias no país, fica claro que o Ministério Da Saúde não está dando conta do problema. Sela pelo uso desnecessário da ocitocina, hormônio usado juntamente com o soro para aumentar as contrações uterinas, seja pela execução demasiada da episiotomia, procedimento cirúrgico realizado na região do períneo para ampliar o canal do parto, fica evidente que existem inúmeras complicações durante o concebimento, sendo que estas podem causar sequelas para todo o futuro da mulher, seja elas psicológicas ou físicas.    Logo, cabe ao Ministério Da Saúde promover palestras, com profissionais orientados sobre a a causa, nas escolas e comunidades com a finalidade de mostrar as mulheres os seus direitos, para que estas cheguem à maternidade e saibam manisfestar adequadamente seus desejos enquanto gestantes. Contudo, para que esta ação seja completa, é importante que os hospitais revisem seus programas obstetrícios e também seus profissionais da área para que estes busquem um parto mais humanizado, de modo a respeitar e dar atenção a mulher durante todo o processo.