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Enviada em: 20/02/2019

William Shakespeare declarou que: "Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes." Infelizmente, sua frase torna-se real diante das experiências de brasileiras que sofreram violência obstétrica, em que o belo momento de parir transforma-se em trauma. O assunto, tratado como tabu pela sociedade, é agravado pela falta de ética profissional dos médicos brasileiros.    Sabe-se que o parto é a parte mais delicada da gravidez, temido por muitas mulheres e, por isso, visto como censurado. Nesse caso, em que não há uma discussão geral sobre perigos e opções que a mãe têm, a opinião do médico é vista como verdade incontestável. Entretanto, sem o conhecimento da sua real situação muitas parturientes são influenciadas,  ou até mesmo forçadas, a optarem por uma cesariana desnecessária. Essa que corresponde a 40% do total de cesáreas no Brasil, de acordo com a revista Folha.   Convém ressaltar que, induzir uma gravidez que não é de risco a uma cirurgia vai contra a ética profissional médica, uma vez que traz mais riscos a gestante e ao bebê. Ademais, abusar da paciente, desrespeitá-la, discriminá-la, proibir acompanhante e não cumprir os padrões profissionais de cuidado também são declaradas como violência obstétrica e os praticantes, médicos ou enfermeiros, devem ser julgados de acordo com seu código de ética.    Portanto, conclui-se que a falta de humanidade durante o parto é um dilema que precisa ser solucionado. Para isso, é crucial que o Ministério da Saúde promova campanhas sobre o parto normal, por intermédio de mídias sociais, para promover a circulação de maiores informações e fomentar o debate pela sociedade. Além disso, poderia anunciar como as denúncias do CRM e COREM devem ser feitas. Com isso, iria assegurar às gestantes um parto seguro e o choro dos bebês não seria mais de desespero, como disse Shakespeare.