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Enviada em: 17/04/2019

Na idade média também conhecida como idade das trevas, o obscuro cercava várias áreas do conhecimento entre elas a medicina, onde se acreditava por exemplo que a mulher era apenas um recipiente para vida e que se a mesma não fosse capaz de ter um filho, era por vontade divina. Hodiernamente, mesmo com a tecnologia e informação, o obscuro ainda exerce seu peso sobre a obstetrícia e seus pacientes no Brasil, seja pela ignorância de alguns profissionais da saúde com sua técnicas como a falta de conhecimento das gestantes sobre os seus direitos. Em primeira análise, é preciso discutir sobre a forma como alguns profissionais da saúde exercem sua função nos hospitais do Brasil. Por volta dos anos 90 na Alemanha um ginecologista chamado Kristeller lançou na medicina a "Manobra Kristeller" e se baseia em pressionar a barriga da gestante de forma violenta afim de força um parto. Nos dias atuais, apesar da crueldade da manobra e da proibição de sua atuação pela organização mundial de saúde, alguns hospitais brasileiros ainda se utilizam da técnica e de outras. Tal fato, reflete no índice lançado pela revista crescer de que: 1 a cada 4 mulheres já sofreram de violência obstétrica nos hospitais do brasil. Ademais, a falta de informação disponibilizadas as gestantes é um grande agravante da violência obstétrica e sua impunidade. Consoante a isso, na série "chame uma parteira" disponível no portal netflix, tem como tema central o dia a dia de algumas parteiras na Inglaterra no século passado. Em boa parte da série se torna claro que a falta de informação das gestantes sobre a gravidez e seu corpo, trazia várias consequências as mesmas. Atualmente, a ficção se torna real, tendo em vista que muitas mulheres sem entender muito sobre como funciona um parto e quais seus direitos no sistema publico de saúde, tornam-se suscetíveis a profissionais que muitas das vezes não estão bem preparados. Portanto, urge que a violência obstetrícia no Brasil deixe de ser realidade. Nesse sentido, cabe ao ministério da saúde em parceria com os hospitais nacionais, por meio do aumento da parcela de investimentos com prioridade, treinar os profissionais de saúde em todo o país com a ajuda de hospitais referências no atendimento obstétrico no Brasil - como a maternidade escola Assis Chateaubriand - afim de qualificar os profissionais para o atendimento e parto mais humanizado. Outrossim, os hospitais regionais em parceria com o ministério da justiça, deve realizar campanhas e eventos para conscientizar as gestantes sobre os seus direitos e deveres prescritos por lei, afim de evitar que as mesmas sofram no processo alem de servir como uma fiscalização popular de profissionais, evitando a impunidade em casos de violência.  Dessa forma, talvez, o obscuro que persegue desde a idade media seja preenchida por uma luz chamada: humanidade.