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Enviada em: 30/04/2019

Na região do norte da África, verifica-se na cultura local a prática cirúrgica da clitoridectomia no nascimento, que tem a finalidade de impedir mulheres de sentirem prazer no sexo. Tal costume, mesmo considerado retrógrado pelo Ocidente, possui semelhanças notáveis com outros no Brasil, ao se verificar a persistência encobertada da violência obstétrica dentre os hospitais nacionais no século XXI, que requer imediata intervenção. Em primeira análise dessa questão, é necessário salientar como o machismo, ainda enraizado na sociedade brasileira, dá suporte para que os maus tratos às mulheres em trabalho de parto continue a ocorrer. Estes atos são fruto de uma subvalorização dos direitos femininos, oriundos da herança histórica do patriarcalismo vigente nas relações interpessoais do País desde suas origens. Consequentemente, torna-se tolerável ainda hoje, sob a visão distorcida da mentalidade masculina, que mulheres possam sofrer abusos em suas mãos, sendo levado este tipo de comportamento para salas de cirurgia, onde agressões verbais e físicas são dirigidas às mães. Em segunda análise, é também importante observar o crescimento da chamada "indústria da cesárea", e como isto significaria uma omissão do poder de escolha de gestantes sobre o tipo de parto de seus próprios filhos. Atualmente, na rede privada de hospitais brasileiros, mais de 80% dos nascimentos são feitos por cesarianas, que mesmo sendo desaconselhado na maioria dos casos pela Organização Mundial de Saúde, é o método mais rentável aos estabelecimentos por ser mais rápido que o normal, motivando certos médicos a induzirem mulheres para escolhê-lo. Entretanto, este descaso leva muitas destas a sofrerem danos físicos e psicológicos, que seriam evitados se lhes fossem oferecidas maior liberdade no referido momento, em que se encontram vulneráveis. Portanto, torna-se papel do Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, juntamente a empresas de assistência médica, garantir melhores condições de socorro a grávidas durante o pré-natal e o nascimento em todos o País. Por meio da disponibilização às mães do maior controle possível sobre o parto, havendo uma supervisão do trabalho médico, será então possível atingir a finalidade desta medida, que será evitar traumas e fatalidades advindas da violência obstétrica, pondo-se um fim neste ciclo de opressão na Nação.