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Enviada em: 19/05/2019

O termo "violência obstétrica" abrange a conjuntura do modo de tratamento desumano proporcionado à mulher no estágio de gravidez e no próprio momento do parto. Infelizmente, segundo pesquisas realizadas pela Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofreram algum tipo de violência durante o processo. É imprescindível que a sociedade humanize o parto em si e também tudo aquilo que ele representa na vida dos bebês, familiares e  para as mulheres.      Inicialmente, é fato que um dos precursores desse tipo de violência são ,sobretudo, o machismo e o descaso dos profissionais da saúde perante uma situação que envolve diversas sensações e sentimentos para a família inteira. Ademais, segundo o filósofo Jean-Paul Sartre ¨a violência de qualquer maneira que se manifeste, é uma derrota¨, ou seja., é inadmissível que essa seja a realidade em pleno século XXI, o qual está inserido nos mais variados adventos tecnológicos e sociais. Outrossim, assim como qualquer forma de abuso, muitas mulheres não possuem o discernimento de entenderem que estão sendo tratadas de modo desrespeitoso e injusto, por isso, é crucial que haja um maior esclarecimento sobre o tema, bem como desconstruir o tabu que envolve assuntos tangentes ao sexo e sua ampla diversidade.        Além disso, o tema não é apenas atual, mas também algo que perdura na história das mulheres que por meio do movimento Feminista, surgido primeiramente no século XIX, puderam obter mais espaço para lutar por seus direitos, ambições e igualdade. Não obstante, O artigo 196 da Constituição Federal assegura o direito igualitário nos tratamentos de saúde que possuem o intuito de promover a recuperação, o apoio e a proteção aos pacientes. Embora isso, não há um atendimento eficiente e humanizado para a maioria dos indivíduos. Nesse sentido, a violência obstétrica é, indubitavelmente, um produto social, desencadeando um modelo machista e mercantil de nascimentos que violam os direitos reprodutivos e morais das mulheres.       Portanto, é fundamental que haja uma parceria entre o Ministério da Educação e Cultura e o Ministério da Saúde para promover palestras e debates nas escolas que incluem os moradores das comunidades e familiares dos estudantes, com o objetivo de esclarecer e alertar sobre o que acontece, e que não é algo normal, mas sim naturalizado. Enfim, a sociedade deve organizar manifestações para pressionar o Poder Público a efetivar as leis que asseguram tais direitos ás mulheres no processo do parto e também que haja mais fiscalização nos hospitais, nos comportamentos dos profissionais da saúde e também a taxa de cesarianas feitas desnecessariamente nos últimos anos.