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Enviada em: 20/08/2019

O sociólogo Durhkeim postulou o termo "anomia social" para se referir ao estado de caos na sociedade, o qual se aplica à questão da violência obstétrica no Brasil. Nesse sentido, é notório o desrespeito com as mulheres, que são vilipendiadas e submetidas a procedimentos dolorosos -muitas vezes sem o consentimento dessas-. Ademais, outra problemática está na dificuldade das pacientes tomarem as medidas cabíveis a respeito dos seus direitos. Por isso, é de suma importância que haja medidas para reverter essa situação.    Nesse viés, segundo pesquisas do Portal Humanista, a violência no parto atinge 1 a cada 4 gestantes. Tal dado reitera a relevância de mudanças no quadro médico-hospitalar do país. Porque como exibido no documentário "Violência Obstétrica - Vozes das Brasileiras" todas as mulheres, lamentavelmente,  queixaram-se da maneira como foram tratadas pelos profissionais de saúde. Desse modo, situações como essa mostra a gravidade e despreparo de médicos, enfermeiros e estrutura hospitalar para tornar o parto humanizado. Com isso, é perceptível que parcela dessa postura advém da formação acadêmica desses especialistas, a qual negligência a parte humana das profissões ao focar primordialmente no preparo técnico. Assim, é necessário políticas publicas para alterar essa mazela social.   Nesse contexto, cabe salientar a respeito da legislação brasileira, a qual não possui lei específica para esse tipo de violência. Não raro, a gestante sente-se desamparada, uma vez que não sabe a forma correta de proceder após passar por situações que vão de encontro a seus direitos. De tal maneira, que no documentário já citado, todas as mulheres relatam acerca de situações que passaram no momento do parto sem autorização das mesmas. Por exemplo, a episiotomia, corte feito no períneo para aumentar a dilatação, o que acarreta no trauma de enxergar a parição como momento de sofrimento. Assim, é imprescindível que haja acolhimento pós-parto adequado para relatar o instante do nascer.   Portanto, faz-se necessário que o Estado atue por meio do MEC nas universidades ao fomentar nas disciplinas e estágios ações que promovam a empatia desses estudantes. Sendo necessárias palestras e rodas de discussão com as mães que passaram por esse tipo de situação e futuros profissionais, para que com isso haja tratamento digno na hora do parto. Além disso, é essencial, também, que a câmara legislativa crie leis que protejam a mulher durante toda gestação. Somado a isso, é valioso que o Ministério da Justiça aja com eficiência nas atitudes a serem tomadas sobre casos de denúncias. Porque tendo a certeza de seus direitos a paciente terá segurança para comunicar abusos por parte do corpo de saúde. Desse modo, paulatinamente, conseguir-se-à mudar a questão da violência obstétrica no Brasil.