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Enviada em: 26/06/2019

Em muitos países africanos e asiáticos  a mutilação genital feminina é constantemente praticada. Entretanto, essa cultura abusiva é amplamente divulgada pelas mídias e, devido a isso, políticas públicas já estão providenciando o fim dela em alguns países. Em contrapartida, o Brasil, apesar de atuar muito no ativismo contra a mutilação no exterior, não se preocupa da mesma maneira com a violência obstetrícia praticada em seus hospitais. Dessa maneira, cabe analisar os fatores socialmente construídos, como o machismo, e a passividade governamental.        Diante desse contexto, primeiramente, vê- se a falta de voz feminina no que se diz respeito a seus corpos na hora do parto como algo rotineiro. Exemplos disso são as episiotomias (corte da vagina ao períneo para agilizar o parto) e cesáreas feitas contra a vontade da paciente por serem invasivos e não naturais e além disso, mal feitas. Ao julgar a situação com o fato social de Durkheim, muitas mulheres não denunciam tais médicos pelo medo de serem mal vistas por uma sociedade que acha que as atitudes desses profissionais são sempre corretas e ''pró-paciente''. Dessa forma, apesar de sofrerem a violência física e psicológica (como agressões verbais) traumatizante, não há divulgação da mesma e o médico tem certeza que ficará impune e, desse modo, a problemática permanecera caótica.       Outrossim, a falta de políticas públicas a criminalizar a violência obstétrica pioram a conjuntura. Na primeira metade de 2019 foi liberado pelo Ministério da Saúde uma nota divulgando que o termo ''violência obstétrica'' é inadequado e prejudica os médicos e, portanto, deve ser retirado do uso. Tal nota exemplifica a descriminalização do  problema no Brasil ,e ainda banaliza as mulheres que sofreram com esse tipo de abuso. Ademais, deve-se lembrar que o SUS possui médicos que se aproveitam da falta de opção das gestantes, e atendem várias delas por vez, com direito a insultos, desrespeitando um momento que deveria ser ímpar e emocionante para essas mulheres .Diante disso, percebe-se que o contrato social proposto por John Locke é quebrado, já que o governo não cumpre o dever de garantir direitos imprescindíveis ao cidadãos, como o da saúde, o que acaba por atrasar o desenvolvimento pleno do país.        Destarte, medidas são necessárias para diminuir os índices de violência obstetrícia nos hospitais brasileiros. Primeiramente, o MS, junto às Secretárias da Saúde devem, por meio de fiscalizações intensas nas alas obstétricas dos hospitais públicos e privados, verificar como é o ambiente criado para o parto, bem como as técnicas utilizadas, e punir ações anormais. Ademais, o MS deve prestar atendimento psicológico gratuito às mulheres que foram agredidas durante o parto no SUS e indenizá-las pelos danos morais . Tudo isso, para que as gestantes tenham o máximo de segurança e o mínimo de desconforto em um momento tão especial, e com o intuito de tornar o Brasil um país melhor para todos.