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Enviada em: 03/07/2019

De acordo com o filósofo Jean-Jacques Rousseau, o homem nasce livre, mas em toda parte encontra-se acorrentado. Análogo a isso, no Brasil, a violência obstétrica tem acorrentado muitas mulheres  que ao se submeterem ao trabalho de parto sofrem agressões verbais, físicas e psicológicas. Nesse contexto, há fatores que não podem ser negligenciados, como o machismo enraizado no país e a falta de empatia nas relações sociais. Nesse viés, urgem medidas minimizadoras da questão.       Em primeiro plano, vale ressaltar a ideia de superiorização do homem provinda do machismo patriarcal no Brasil. Uma prova disso está nos casos de realização de Episiotomia, procedimento muito questionado pelas mulheres por ser invasivo e desnecessário em alta parcela dos casos. É frequentemente utilizado em 90% nos partos vaginais de acordo com a pesquisa Nascer no Brasil, coordenada pela Fiocruz. Tal procedimento é realizado pelo hábito dos médicos e pelo mito de que o corte irá resguardar o prazer masculino. Isso mostra o quanto as mulheres são inferiorizadas para manter o prazer do parceiro, mesmo se o procedimento não se faz necessário em alguns casos.        Em segundo plano, a falta de afeição com o próximo pode desencadear em violência. O psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung dizia "onde acaba o amor tem início o poder, a violência e o terror". Comprova-se a falta de amor dentro dos hospitais onde o nascimento de crianças deveria ser um momento sublime para a mãe e o bebê, mas, na realidade, uma em cada quatro mulheres sofrem algum tipo de violência obstétrica no Brasil durante o parto, de acordo com a pesquisa "Mulheres brasileiras nos espaços públicos e privados". Essa falta de empatia pode ocasionar em mais problemas as mulheres pois a fase de trabalho de parto já é dolorosa, acompanha dor, insegurança e medo, dentre tantos outros sintomas e pode se tornar uma experiência frustrante na vida daquelas que são acometidas com esse tipo de  agressão.       Portanto, ações orquestradas são fundamentais para mitigar a violência obstétrica no Brasil e no mundo. Para isso, é de grande importância o empoderamento das mulheres, a fim de reconhecer e denunciar a violência obstétrica em todas suas formas, derrubando assim os muros do machismo na sociedade estando certa que a lei está ali para ampara-la. Outrossim, o Governo Federal juntamente com o Ministério da Saúde, realizem campanhas de conscientização aos funcionários da saúde, por meio de projetos e palestras que pautem a importância de um bom atendimento a parturiente, com a finalidade de criar um ambiente harmônico e agradável as mulheres com mais empatia e solidariedade, minorando, assim, as dificuldades relacionadas as agressões durante o parto.