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Enviada em: 02/07/2019

De acordo com o filósofo britânico John Stuart Mill, sobre o seu corpo e mente, o ser humano é soberano. No entanto não é o que acontece em muitos hospitais brasileiros, em que muitas mulheres grávidas sofrem maus tratos e agressões, evidenciando o quanto a violência obstétrica está presente. Dentro dessa realidade, é necessário analisar o contexto em que estão inseridas essas gestantes, no que tange a infraestrutura dos hospitais, preparação médicos e enfermeiros e como a falta de empatia pode também intensificar a problemática.        Conforme o estudo "Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado", uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o período de gravidez. Essa violência ocorre quando há prática de negligência ou de maus tratos, sejam físicos ou verbais por parte de médicos ou enfermeiros: cesáreas forçadas, excesso de exames de toque, declarações verbais ofensivas, lesão corporal, são só alguns exemplos do que algumas mulheres acabam sofrendo no período gestacional.   Além disso, a contemporaneidade é marcada pela falta de empatia, graças ao exacerbado individualismo. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a lógica hipercapitalista subverteu o sentimento empático, o que causou, por consequência, menos afetos nas relações sociais. Exemplo disso, é a forma como as pacientes são tratadas em hospitais públicos, muitas vezes submetidas a cirurgias sem anestesias, banho frio e falta de alimentação. A mulher fica exposta a uma situação de humilhação e ,desse modo, o direito à integridade física e mental, assegurado constitucionalmente, é prejudicado.           Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Em primeiro lugar, é necessário que haja uma conscientização por parte da população brasileira e principalmente por gestantes, sobre a violência obstétrica. Essa conscientização poderá ser feita pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) através de palestras nas escolas, cartazes em hospitais e propagandas, para que através dessas políticas de saúde pública a mulher gestante tenha sua dignidade protegida e com isso, tenha sua soberania devolvida. Paralelamente, concerne que sejam disponibilizados portais para denúncias caso houver violência obstétrica para a paciente denuncir. Somado a isso, o MEC através de palestras em cursos da área da saúde deverá debater, o quão importante é a empatia para uma vida social estável, para que assim a violência obstétrica cesse na cultura brasileira.