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Enviada em: 29/08/2019

Ausência estatal   O Brasil é marcado por grandes desigualdades regionais, portanto ainda há muitos locais no país em que o poder público se faz pouco presente. Essa ausência do Estado contribui com que um grande número de crianças e adolescentes não tenha acesso a serviços básicos de saúde e educação. Nesse contexto, muitas meninas engravidam precocemente e, além de prejudicarem o seu futuro, ficam mais propensas a desenvolver doenças psicológicas.   Uma vez que o sertão nordestino é uma das regiões mais pobres do país, a sua população apresenta baixíssimos níveis de escolaridade, tendo em vista a existência de uma precária estrutura educacional. Consequentemente, é nessa região que se registra o maior número de casamentos infantis, o que contribui intensamente para que o Brasil ocupe, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a 4ª posição no ranking mundial de casamento infantil. Logo, tal situação faz com que muitas adolescentes se tornem gestantes precocemente e com que passem a viver uma vida de sujeição e dificuldades, sem perspectivas de melhora.   Ademais, a gravidez na adolescência pode gerar graves problemas de saúde. Segundo o Instituto de Obstetrícia da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), jovens que engravidam e carecem de acompanhamento médico e psicológico desenvolvem muito mais facilmente quadros de depressão e pensamentos suicidas, visto que a menina não enfrentará apenas alterações fisiológicas, mas também a pressão social decorrente da geração de um filho. Destarte, a carência de serviços públicos de saúde em regiões pobres do país impossibilita um atendimento adequado a essas gestantes, o que agrava o difícil estado em que se encontram.   Em suma, é necessário que se mude esse panorama de ausência estatal nas áreas pobres do país. Então, o governo federal, com o intuito de melhorar a educação e dar orientação às jovens que vivem em regiões mais carentes e longínquas do Brasil, deve fazer uma parceria com o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), responsável pela construção de ótimas escolas em áreas rurais e precárias, através do envio de verbas para ampliar esse projeto educacional. A partir disso, com mais pessoas em escolas, o Ministério da Saúde deve expandir o programa "Saúde na Escola", que realiza trabalhos de prevenção e conscientização nas instituições públicas de ensino, levando até às estudantes mais informações sobre vida sexual e métodos de proteção contra a gravidez indesejada, ou, se for o caso, auxiliando meninas gravidas, de modo a garantir uma gestação saudável e a dar perspectivas positivas de vida a essas pessoas.