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Enviada em: 27/09/2019

O psicanalista  Freud, em sua obra ''Totem e Tabu'', afirma que temas sobre os quais a nação tem dificuldade de discutir tornam-se preconceitos. Nesse sentido, pode-se pensar na gravidez precoce, visto que as jovens mães sofrem com dilemas éticos e econômicos impostos pela sociedade moderna que, infelizmente, ainda reproduz o ensino jesuíta do século XVI, que condenava a educação sexual. Por isso, urgem medidas governamentais para mitigar essa situação.    Nesse contexto, é necessário considerar os motivos que explicam a gravidez na juventude. É possível analisar, por exemplo, o filme norte-americano Juno, no qual a protagonista engravida acidentalmente aos 16 anos de idade. De forma análoga a realidade das mães adolescentes no brasil, isso acontece pela falta de políticas públicas que informem aos jovens sobre a existência e o funcionamento de diferentes métodos contraceptivos, para evitar a gravidez indesejada. Somado a isso,há confusão entre o verbo sexualizar e o substantivo sexualidade. Isso é responsável pela dificuldade das famílias e escolas em discutir sobre o assunto, pois, respectivamente, segundo a psicóloga Laura Miller, o primeiro incentiva a prática sexual e o segundo discorre sobre a fisiologia e saúde do indivíduo.   Dessa forma, é imprescindível perceber os efeitos dessa situação. Um deles se relaciona aos 574 mil partos de crianças vivas realizados em 2015, os quais as matrizes possuem entre 10 e 19 anos, de acordo com o Ministério da Saúde. Essa situação se agrava ao considerar que essas mães abandonarão a escola, tanto por não conseguirem conciliar maternidade e os estudos quanto pelo bullying, fruto do julgamento hipócrita de uma população com valores arcaicos. Isso prejudica a formação dessas jovens, principalmente de classes mais pobres, que, provavelmente, terão dificuldade de se inserir no mercado de trabalho devido a baixa escolaridade.   Portanto, é essencial a ação do Estado para solucionar essa problemática. Para tanto, o ideal seria que o Ministério da Saúde crie grupos operativos nos municípios, com foco nas escolas, para instruir os jovens à respeito da educação sexual para evitar a gestação e, também, ensinar a utilizar preservativos, além de distribui-los de forma gratuita e permanente. Ademais, também deve ser fornecido apoio às mães, para que estas tenham seus direitos garantidos e não sofram preconceito pela sociedade.