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Evasão escolar. Exclusão social. Depressão. Esses são alguns dos agravantes de uma gravidez mal amparada e instruída durante a adolescência, uma questão de saúde pública recorrente no Brasil. Sob esse aspecto, apesar do fluxo de informações presentes na sociedade, ainda faltam habilidades e conscientização para a juventude lidar com esse conteúdo informativo disponível, de modo a cessar com a problemática. Diante disso, é necessário analisar as causas para poder propor ações que atuem na redução da gravidez na adolescência. Em primeiro plano, pode-se pontuar que a falta de diálogo sobre sexo e sexualidade é um grande entrave para o problema, visto que o indivíduo, por ser criado em uma sociedade que vê o tema como um tabu, pode, por consequência, atrasar a maturidade do conhecimento sobre o assunto. Consoante o pensamento do filósofo francês Michel Foucault, alguns temas são silenciados na sociedade – com objetivos já estabelecidos - e um deles é a questão da sexualidade. Dessa forma, ao abordar esse conteúdo em uma linguagem didática em ambiente escolar e familiar, essa barreira pode ser rompida e ajudar com a prevenção da gravidez não planejada na adolescência. Outrossim, a questão da desigualdade social no país também deve ser levada em conta, uma vez que a condição financeira, a escolaridade, a localização geográfica e a marginalidade têm relação com os índices de adolescentes grávidas. Isso justifica a urgência da atuação do Estado em programas sociais mais inclusivos, que levem informação e auxílio em áreas carentes. Logo, entende-se a necessidade de ações governamentais que visem amenizar as causas da gravidez na adolescência. É viável que o Ministério da Saúde atue em conjunto com o Ministério da Educação elaborando um programa social e educativo em escolas públicas com palestras e cartilhas educativas sobre sexualidade e uso de preservativos, visando implementar um diálogo mais claro com a juventude e quebrando esse impasse.