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Enviada em: 06/09/2019

O filme Kids do diretor americano Larry Clark retrata a vida de uma adolescente que, por carecer de orientação e educação sexual contrai HIV e engravida. Em paralelo, é notório que a gravidez na adolescência ainda é um problema preocupante no Brasil, uma vez que pode acarretar não só em uma série de problemas de saúde para a mãe e para a criança, mas também em complicações para o estabelecimento de um futuro estável. Tal problemática é alicerçada tanto pela falta de educação sexual por parte da família e da escola, quanto pela ineficiencia de políticas públicas que tratam destes casos.           Primeiramente, é necessário analisar as consequências da negligência por parte do conjunto escola-família em tratar dos assuntos relacionados a sexualidade. Pela maior parte da sociedade, tal tema é visto como tabu, gerando, consequentemente, ao jovem uma falta de conhecimento sobre os métodos contraceptivos e até mesmo sobre seu próprio corpo, o que causa o consternador número de mães adolescentes e o proporcional aumento dos índices de evasão escolar e transmissão de doenças sexuais decorrentes deste fato.                  Além disso, de forma análoga, segundo o conceito de organicismo social proposto pelo sociólogo August Comte, a sociedade funciona com um organismo e, sendo assim, todo o corpo social sofre com um transtorno que afeta a sociedade em uma área específica. Diante disso, cabe ressaltar que o baixo alcance e a ineficiência de políticas públicas voltadas para a prevenção e combate deste empecilho são fatores agravante, visto que o número de adolescentes grávidas é significativamente maior nas regiões Norte e Nordeste e nas áreas periféricas das grandes cidades. O que favorece o baixo desenvolvimento dessas áreas, perpetuando este ciclo.                           Portanto, faz-se necessário que medidas sejam tomadas para mitigar este impasse. Para tanto, cabe ao Ministério de Educação e Cultura em ação conjunta com as escolas a elaboração de cartilhas que informem acerca do uso de métodos contraceptivos e de programas que por meio palestras que, de maneira lúdica, eduquem e orientem os jovens quanto aos riscos e consequências da gravidez na adolescência. Ao Ministério da Saúde, por sua vez, cabe o maior repasse de verbas públicas para prefeituras de cidades onde estes casos são mais abundantes, para que sejam realizados programas de apoio psicológico para jovens famílias carentes. Só assim reverteremos este quadro e realidades como a do filme Kids serão menos comuns na sociedade brasileira.