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Enviada em: 10/05/2018

Foi inédita a crise hídrica que ocorreu entre os anos de 2013 e 2014 no sudeste do Brasil, região de maior desenvolvimento. Porém, a convivência com o racionamento de água é uma realidade dramática e antiga para os habitantes do sertão nordestino. Portanto, a chegada da crise de abastecimento nas metrópoles foi um catalisador para que seja dado devida importância a gestão nacional dos recursos hídricos e o consumo.  Em primeiro lugar, é importante compreender que a distribuição do consumo de água doce no território brasileiro, não é uniforme. Em particular, a região sudeste, com elevada densidade demográfica, detêm apenas 6% das reservas de água doce. Essa realidade aliada a uma gestão política deficitária resulta em cenários de racionamento de água em dois níveis: o das metrópoles, com desperdícios excessivo, e do sertão, com a falta de assistência e investimentos necessários. Constata-se, portanto, que cada região brasileira requer um plano político específico.  Decerto, o Brasil possui potencial ambiental para um bom aproveitamento dos recursos hídricos. Porém, o racionamento no sudeste país e a miséria no sertão nordestino, revelam a inexistência de projetos de ação e garantia do acesso a água. Por isso, é importante o debate acerca do consumo de água e a conscientização pública de que esse recurso natural é esgotável. Além do desperdício da água, existe a impunibilidade dos agentes causadores da poluição dos leitos dos rios e os biomas que fazem a manutenção natural. Em suma, a água é poluída e desperdiçada nas metrópoles enquanto o semiárido nordestino carece de um regime de abastecimento consistente.    Visto sua abrangência, a crise hídrica no Brasil deve considerar a atualidade e o futuro do país, pois o uso consciente garantirá as gerações seguintes o aproveitamento deste recurso básico de sobrevivência humana. Por isso, é responsabilidade do Governo Federal a elaboração de projetos intensivos de implantação de exigências e penalizações quanto à poluição de mananciais de água doce. Cabe também aos Governos Estaduais, a fiscalização quanto ao desperdício de água da população e das indústrias. Além disso, os projetos de sustentabilidade alternativos, como por exemplo o reúso da água, devem ser incentivados com o intuito de ampliar opções de desenvolvimento sustentável e engajar a sociedade na questão hídrica. Com isso, o Brasil conseguirá prevenir-se contra crises no abastecimento, e ampliar o acesso democrático a água.