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Enviada em: 15/05/2018

Inegavelmente, o Brasil é um dos países com maior reserva de água doce do mundo. Os Aquíferos Guarani e Alter do Chão, localizados na região Norte e Centro-Oeste, respectivamente, constituem exemplos da riqueza natural pertencente à nação. No entanto, embora tais recursos sejam capazes de suprir a demanda populacional, a crise hídrica que assola o país assume dimensões significativas e está atrelada a fatores antrópicos e à má gestão desse elemento ao longo da história.  Primordialmente, é válido analisar a influência das práticas cotidianas dos cidadãos no aumento da escassez dos corpos hídricos do Brasil. Nesse sentido, observa-se que a falta de uma educação ecológica no hábito da população brasileira contribui para a perpetuação do desperdício de água. Tal quadro é intensificado pela carência de uma política pautada no estímulo ao racionamento hídrico por meio de campanhas publicitárias e programas de instrução relacionados à economia desse bem. Segundo o filósofo George Santayana, aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo. De forma análoga à teria do pensador, vê-se que o desconhecimento dos membros da coletividade sobre as consequências da falta de água impede, inclusive, a conscientização das gerações futuras, favorecendo a continuidade da crise vigente.  Outrossim, deve-se salientar a inoperância estatal no que diz respeito à gestão desses recursos no Brasil . Assim, percebe-se que a falta de fiscalização em áreas vulneráveis, como as matas ciliares dos rios, facilita a sua utilização para fins inapropriados, como o despejo de esgoto e a prática da agricultura, a qual consome grandes quantidades de água. Com efeito, parte das bacias do país tornam-se impróprias para o abastecimento populacional, afetando drasticamente as atividades econômicas nacionais e o bem-estar dos habitantes. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), 20% dos aquíferos são explorados acima da sua capacidade. Consequentemente, vê-se que a ineficácia da vigilância governamental pode sobrecarregar tais reservatórios, intensificando o quadro de escassez desse elemento nas cidades brasileiras.  Fica clara, portanto, a necessidade de superação do atual quadro de crise hídrica do Brasil. Desse modo, cabe aos órgãos governamentais, como a ANA (Agência Nacional de Águas), intensificar políticas de proteção fluvial, promovendo projetos de revitalização da vegetação nativa de rios, assim como sua despoluição, visando ampliar a capacidade desses de atender à demanda populacional. Ademais, cabe à mídia televisiva, com apoio do Ministério do Meio Ambiente, divulgar propagandas que estimulem a economia de água, com intuito de conscientizar os cidadãos sobre a importância da economia desse bem. Com essas medidas, os recursos hídricos nacionais serão, de fato, protegidos.