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Enviada em: 20/05/2018

Precipitação, escoamento, alagamento, evaporação e condensação. O ciclo da água, assim compreendido, parece não ter fim. Entretanto, as recentes crises hídricas enfrentadas por alguns estados do País vêm mostrando que ações antrópicas podem romper com esse equilíbrio. Nesse cenário, porém, a população brasileira resiste em aprender com os erros na medida em que decisões políticas não são questionadas e hábitos não são mudados.      Primeiramente, convém ressaltar que a falta de vigilância sobre as ações do governo reflete a despreocupação com a problemática da seca. A eliminação da cobertura vegetal está diretamente relacionada com a redução dos índices pluviométricos. Tal fato, porém, foi considerado por uma pequena parcela de brasileiros quando, em 2017, o governo abriu uma reserva ambiental para exploração mineral. A região, localizada na Amazônia, possui, além de extensas áreas verdes, rios que poderão sofrer o impacto da poluição por metais extraídos no local.         Além disso, a sociedade moderna possui traços que impedem que o uso adequado da água seja compromisso de cada cidadão. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, as relações da coletividade atual são marcadas pela fluidez que produz a falta de compromisso com o outro. Nesse sentido, a ética por traz do ato de preservar um recurso primário para as próximas gerações é ignorada pelo indivíduo que vive unicamente para si. Isso pode ser percebido quando nas práticas domésticas, no lugar do balde, a mangueira –menos econômica– é utilizada por questão de praticidade.       Diante do exposto, é necessário que as ONGs, em parceria com a mídia, busquem expor em entrevistas com ambientalistas as ações que podem contribuir com a escassez de água com o intuito de chamar a atenção do cidadão para as decisões políticas nesse âmbito. Além disso, as escolas devem explorar em exposições e palestras feitas por professores e especialistas a importância do uso adequado da água com o propósito de despertar o compromisso do jovem com a sustentabilidade. Assim, a crise hídrica enfrentada pelo Brasil terá efeito didático e o ciclo da água será preservado.