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Enviada em: 13/07/2018

"Nós somos o que fazemos repetidamente; a excelência não é um feito, e sim, um hábito". A sábia frase do filósofo Aristóteles pode ser usada, por analogia, para retratar a importância do hábito em se preservar a água. Nesse contexto, cabe citar a crise hídrica instalada em todo o globo que tem como fatores primordiais o desperdício agregado a má distribuição desse recurso, bem como a inviabilização de seu uso pela poluição dos rios e nascentes. Tais agravantes contribuem para a falta de água, além do comprometimento do fornecimento de energia elétrica no país.         A crise hídrica pode ser definida como o resultado de baixos níveis de água nos reservatórios. Diante disso, cabe salientar que o país viveu um grave racionamento de água em 2014, com risco iminente de apagões, haja vista que a energia elétrica brasileira depende majoritariamente de usinas hidrelétricas. É sabido, no entanto, que o Brasil é uma nação agroexportadora, sendo o segundo país que mais produz e exporta, hodiernamente. Somado a isso, a utilização de água para a agropecuária é de 70% e para a indústria, de 22%, resultando em má distribuição desse recurso para as necessidades diárias da população. Ademais, associa-se a esse fato o desperdício pela sociedade, que gasta em média 220 litros de água por dia, quantidade suficiente para ser utilizada por duas pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde.           Outrossim, convém citar a questão da poluição dos lençóis freáticos pelo acúmulo de produtos tóxicos usados na agricultura, além da deposição de resíduos industriais e esgoto residencial não tratado nos rios. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apenas 39% do esgoto é tratado no Brasil, ocasionando assim, grave quadro de degradação hídrica e intensificando a eutrofização decorrente dessa poluição excessiva, que causa redução no aporte de oxigênio para os peixes, além da transmissão de doenças para pessoas que fazem o uso da água não tratada. Segundo a ONU, cerca de 25 mil pessoas morrem todos os dias por consumo de água imprópria.         Destarte, faz-se necessário que o Governo, em parceria com empresas privadas, invista em pesquisas para o uso de técnicas de irrigação mais eficientes, como por exemplo o gotejamento, que utiliza menos água, a fim de evitar ao máximo o desperdício da mesma. Além disso, o Ministério da Saúde deve intensificar a importância de ações simplórias com a finalidade de economia hídrica, através de propagandas midiáticas em horário nobre, bem como conduzir palestras educativas em postos de saúde e escolas públicas, mensalmente. Dessa forma, através da educação será possível a criação de pequenos hábitos rotineiros que fornecerão a base para uma sociedade consciente e de excelência.