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Enviada em: 31/07/2018

Considerado um dos mais célebres romances brasileiros, ''Vidas Secas'', de Graciliano Ramos, retrata o cotidiano de uma família de retirantes sertanejos ao lidar com a seca no sertão nordestino. Fora da literatura, a obra encaixa-se com a realidade, visto que, a crise hídrica continua sendo um cenário maléfico e prejudicial ao corpo social. Destarte, faz-se necessitário a elaboração de medidas capazes de educar a sociedade e reverter tal situação.        Cabe pontuar, em primeira análise que, a distribuição demográfica do território brasileiro não acompanha a divisão da água, uma vez que, a região Norte apresenta a maior reserva de água, mas possui a menor quantidade de pessoas. Atrelado a isso, a inexistência de preocupações com o abastecimento, por parte de empresas, ecoa na sociedade desde os primórdios, devido a não preservação e reutilização de tal recurso natural indispensável à vida humana. Outrossim, o falho sistema educacional na nação, no qual não incentiva a participação efetiva no ramo, corrobora com o esteriótipo errôneo de que a água é descartável, por conta do fácil acesso. Ademais, o ser humano é influenciado pelo que ouve ou vê, sendo assim, a mídia ao tratar campanhas institucionais apenas nos tempos de crise agrava uma preocupação momentânea que não perpetua em situações futuras.        Consoante Jean-Paul Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável e cabe a ele o seu modo de agir. Neste viés, a desunião social para assegurar o bem a todos, evidenciada em desperdícios e desmatamentos, intensifica a problemática em diversos âmbitos, como por exemplo, o setor econômico, devido a poluição e seca, o solo é afetado e, por conseguinte, diminui-se a produção de alimentos. Além disso, a falta de fiscalização e negligência do Governo acerca do consumo desregulado do recurso afeta a distribuição de chuvas, a vegetação, o aumento de desastres ambientais e intempéries nas usinas hidrelétricas na geração de energia. Esse processo e seus frutos, portanto, precisam ser minimizados urgentemente.        Diante dos argumentos supracitados, cabe ao poder judiciário em parceria com o legislativo, a criação e fiscalização de leis que exijam uma cota na quantidade de água utilizada pela população, visando mitigar o desperdício. É dever do Ministério da Agricultura e Pecuária o incentivo da transposição da água da chuva em empresas, por meio de investimentos em tecnologias econômicas e inovadoras, com o objetivo de amenizar sua falta e evitar a escassez. Outra forma, é o Ministério da Educação elaborar uma reforma na grade curricular, de forma que leve ensinamentos sobre a preocupação e preservação da água, além de mostrar sua importância, haja vista que a escola é a máquina socializadora do Estado. Sendo assim, a nação poder-se-á atenuar tal situação crítica.