Materiais:
Enviada em: 29/10/2018

Para o filósofo Hume, a noção de causa e efeito é uma produção do ser humano que tem o fito de ordenar o que é desordenado. Dessa maneira, é possível relacionar o conceito anteriormente citado com a industrialização tardia brasileira que gerou uma falta de planejamento das cidades e dos serviços públicos e a agricultura como principal atividade econômica do país se estabelecendo como causas do seguinte efeito: a crise hídrica e a possibilidade de uma escassez de água no Brasil.        Em primeira análise, cabe ressaltar que durante o surto industrial brasileiro do séc. XIX, os latifundiários foram contrários ao processo, pois a industrialização descentralizaria o lucro da produção agropecuária. Dessa maneira, houve um atraso no início do processo industrial do país, e sua posterior ocorrência no séc XX se dá de forma desordenada, sem planejamento das cidades e dos serviços públicos, o que coloca em risco a gestão consciente de um dos recursos mais preciosos do Planeta: a água. Assim, destaca-se a falta de cuidado com o tratamento e descarte de efluentes tóxicos industriais, que sem destino adequado, contaminam as fontes de água, além dos métodos obsoletos de armazenamento e tubulações, que resultam no vazamento do recurso e seu consequente desperdício.           Em segunda análise, é necessário pontuar que mesmo com o incentivo a indústria, a principal atividade econômica brasileira é o setor Agropecuário. Contudo, a logística de água na seção também não corrobora para a preservação dessa dádiva, visto que, segundo o Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, há um desperdício de 70% de água na produção, resultado de irrigação  de plantações com mangueira (gasta uma grande quantidade sem haver racionamento) e do desmatamento para manter o gado, que remove vegetações auxiliadores da infiltração da água da chuva nos solos, protetora dos mananciais e que atuam na evaporação para garantir a continuidade do ciclo hídrico. Logo, é alarmante a situação do descuido com a conservação hídrica no Brasil, que pode afetar a oferta de alimentos e água adequada para consumo e gargalo na produção energética (60% da matriz energética brasileira é composta pelas hidrelétricas.).             Destarte, é necessário que o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Indústria, por meio do direcionamento de verbas, iniciem um programa de replanejamento da gestão da água no Brasil nesses determinados setores, a partir da contratação de Engenheiros Ambientais e Engenheiros de Produção, para que haja a substituição de sistemas de tubulação que desperdiçam água, a criação de uma estrutura de escoamento de resíduos da produção sem contaminação de corpos de água, a instalação de irrigação localizada para diminuir a perda do recurso e um projeto de reflorestamento para não alterar o ciclo e infiltração hídrica. Espera-se, assim, que não haja escassez hídrica no Brasil.