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Enviada em: 21/02/2019

Volume morto     Desde o início do século XVI, com a chegada oficial da colonização portuguesa no Brasil, cultivou-se a ideia de que os recursos naturais das terras canarinhas seriam infinitas.Entretanto, tal concepção estava equivocada e, o país percebe hoje os impactos da escassez de água.Com efeito, há de se desconstruir o uso inadequado desse bem líquido e o interesse lucrativos em detrimento da natureza.        Em primeiro plano, a cultura do desperdício enraizado entre os brasileiros é um dos principais motivadores para a crise hídrica.A esse respeito, o período de racionamento de água explicitado em 2014 e 2015, em decorrência da sobrecarga das reservas e da estiagem, deixou metrópoles como São Paulo quase desabastecidos, e a reserva Cantareira atingiu seu volume morto.Todos esses fatos demonstram, sem sombra de dúvida, a falta de austeridade em relação ao consumo de água, perceptível em hábitos como banhos demorados e torneiras abertas.Todavia, a não priorização adequada do acesso à água coloca em risco não só as próximas gerações, mas todos os ecossistemas.         De outra parte, o modelo econômico tradicional amplia a degradação planetária. Nesse viés, segundo o economista brasileiro Hugo Penteado, o desejo pelo lucro desmitifica qualquer preocupação ecológica, visto que o recurso natural não é restrição para o crescimento econômico.Ou seja, a poluição industrial lançada de forma indiscriminada atinge principalmente mananciais e prejudica a qualidade da água - muitas vezes potável.Assim, enquanto essa negligência frente à questão hídrica se mantiver,o Brasil será obrigado a conviver com um dos piores cenários para a humanidade: a escassez de água.         Impende, pois, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar os causadores da crise hídrica.Sendo assim, o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com ONG's, devem, por meio de campanhas na mídia televisiva e na internet, veicular breves documentários capazes de mostrar aos indivíduos as consequências do desperdício de água, com o objetivo de orientar e reeducar a sociedade civil para o uso racional desse líquido.Essa medida é imprescindível pois, dessa forma haveria um fomento para conscientização ambiental no planejamento de construções civis, a exemplo de descargas que economizam quantidade de água a ser utilizada.Ademais, é mister que haja regulamentação rígida sobre as atividades industriais bem como fiscalização, por parte da Polícia, garantindo o uso comedido das matérias-primas e a diminuição da poluição.Só assim, o Brasil distanciar-se-á do volume morto.