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Enviada em: 07/09/2017

Em 1500, Pero Vaz de Caminha, em sua 1ª carta enviada à Portugal, relatou, em meio às maravilhas do Brasil, a deslumbrante quantidade d'água presente no país. No entanto, ele não imaginava que um dia esse bem poderia correr risco de escassez. São muitos os fatores determinantes para a crise hídrica e, dentre eles, pode-se ressaltar a maneira como o sistema capitalista influencia no consumo da população e falta de área florestal ideal.       Ao contrário do que muitos pensam, a água doméstica não corresponde de maneira considerável a tabela de maiores gastos do recurso. Chamada de água virtual, aquela com a qual não se tem contato direto, utilizada nas fábricas para a produção de bens de consumo, ela é uma das vilãs da crise hídrica. Vale citar que o Brasil está inserido no sistema capitalista, isto é, sistema político-econômico que demanda o consumo excessivo. Sob esse prisma, os brasileiros consomem de modo demasiado a chamada água virtual, fato que ajuda a gerar a crise em questão.       Em 2012, com as mudanças feitas no código florestal, aprovaram a redução das Áreas de Proteção Permanente, o que implica na baixa produção hídrica. Sem cobertura florestal, a água não penetra de maneira correta no lençol freático, o que é essencial para que a quantidade líquida produzida seja suficiente.        Desse modo, pode-se depreender a importância das florestas e suas reservas no controle hídrico brasileiro. Portanto, a má gestão dos recursos hídricos gera a sua escassez. Para combater o crescente gasto de água virtual, o Poder Executivo, em conjunto com a mídia, deve promover campanhas de conscientização sobre os males "secretos" do consumismo. Além do exposto, o Poder Legislativo e o Executivo necessitam fazer revisão das leis do código ambiental, a fim de contribuir com a preservação dos recursos fundamentais para o bom funcionamento do curso hídrico. Dessa maneira, a deslumbrante quantidade d'água observada por Pero Vaz de Caminha poderá ser vista e usada por muitas gerações.