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Enviada em: 10/09/2017

Para Tales de Mileto, primeiro filósofo ocidental que se tem registro, a água é a essência de todas as coisas, sendo, portanto, indispensável a todos os seres. Entretanto, o valor concebido a esse bem natural mostra-se diferente nas sociedades consumistas do século XXI. Nesse cenário, dois fatores não podem ser negligenciados: a má gestão hídrica como agravante para as alterações ambientais e o consumo exacerbado.   A princípio, vale pontuar o desequilíbrio do ciclo hidrológico como consequência das políticas insatisfatórias de planejamento ambiental nas construções de obras hídricas. A usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, exemplifica os efeitos causados pela criação de barragens para represamento, na qual comprometeu grande parte da biodiversidade ecológica e também o valor de água disponível para evaporação. Desse modo, a precipitação anual pluviométrica é reduzida, tornando a disponibilidade de água para consumo menor. Com isso, cenas como racionamento de água vivenciadas no estado de São Paulo tornam-se frequentes como resultado de uma sociedade pouco preocupada com questões ambientais.    Ademais, convém frisar que o elevado crescimento populacional aliado a hábitos de consumo em massa tornam a demanda de recursos hídricos muito maiores. Comprova-se isso por meio da pesquisa divulgada pelo Atlas Brasileiro, a qual mostra que a utilização de água triplicou em meio século. Dessa maneira, nota-se a urgência no investimento em novas fontes de energia, visando tanto reduzir a superexploração dos ambientes aquáticos quanto garantir que a Constituição Federal vigente seja respeitada, isto é, que todas as gerações tenham acesso à água.    Logo, torna-se claro que o atual cenário de estresse hídrico deve ser revertido. Para solucionar esse desafio é necessário que o Poder Público Federal atue fornecendo subsídios – verba arrecadada pelos Impostos de Renda - para estudantes desenvolverem pesquisas acerca dos potenciais alternativos de geração de energia no país, assim, será possível preservar o desenvolvimento econômico e ambiental, ou seja, gerar energia de forma sustentável que respeite os limites produtivos da natureza. Além disso, é preciso que as escolas invistam em uma educação ambiental para que se rompa com a cultura consumista gerada pela Revolução Industrial no século XVIII, formando cidadãos críticos que compreendam o valor da preservação ambiental. Para isso, o Ministério da Educação deve fornecer cursos de capacitação para professores. Ainda, a mídia pode usar de seu papel de difusora de conhecimento para exibir propagandas alarmantes sobre a falta de água num futuro próximo, estimulando o consumo racional.