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Enviada em: 18/09/2017

Escassez hídrica, altas temperaturas e péssimas condições de vida, retrataram a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Tal produção pôde ser rememorada na preocupante crise hídrica paulista em 2015. Contudo, parece que o país não aprendeu com a cultura literária, muito menos com o risco de esgotamento do Sistema Cantareira em São Paulo. Para isso, necessita-se de engajamento político e social na preservação desse bem.     Em primeira análise, considera-se que o acelerado ritmo civil e o crescente capitalismo fizeram emergir o egoísmo social, e o mundo passou a viver a liquidez nas relações. Conforme proposto por Bauman: "Vivemos em tempos líquidos, nada é para durar", ademais, salienta-se a precária gestão hídrica no país, como se o seu ciclo fosse renovável e obtivesse reposição instantânea. São valores líquidos que fluem, sem que a sociedade perceba a inoperância no uso inadequado desse recurso.      Destarte, a sociologia marxista revela que a crescente luta de classes se deve à elevada disputa pelo poderio econômico. Tal princípio revela o quão difícil tem sido à sociedade, libertar-se das corridas capitalistas, a fim de garantir a preservação de recursos para a manutenção da vida. Para tanto, é imprescindível a reflexão acerca da atual crise hídrica, criando medidas preventivas nos diversos setores: industrial, agropecuário e social.          Assim como Graciliano Ramos fez de sua obra uma das mais comoventes retratações, deve o Governo sintetizar uma história tão relevante quanto. Partindo da gestão hídrica nos principais setores econômicos do país, os quais devem munir-se de projetos para a reutilização e racionamento da água. Impera-se que o Ministério da Educação crie projetos que instruam crianças e jovens sobre a preservação da água, almejando a formação de cidadãos conscientes. Cabe ainda aos setores midiáticos, a divulgação de conteúdos que conscientizem a nação sobre o reuso da água em diversos campos, minimizando o desperdício desse bem. Isto posto, o Brasil poderá se ver livre de uma nova crise hídrica que comprometa seu bem estar social e econômico.