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Enviada em: 26/09/2017

Escassez de água, altas temperaturas e péssimas condições de vida foram retratadas na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Tal produção pôde ser rememorada na crise hídrica em 2015. Contudo, o país não aprendeu com a cultura literária, muito menos com o risco de esgotamento dos reservatórios de água no país. Para isso, necessita-se de engajamento político e social na preservação desse bem.        A princípio, do acelerado capitalismo emergiu a liquidez das relações. Já dizia o sociólogo Bauman: "Vivemos em tempos líquidos, nada é para durar". Logo, o consumismo e a degradação ambiental implicam no ciclo da água, dificultando a captação nos reservatórios. Em manifesto a isso, a ONG Greenpeace realizou marcante protesto em 2015: "A falta de água começa aqui". Tal frase foi fixada em uma grande área amazônica desmatada. Foi um apelo de que as florestas são primordiais no equilíbrio hídrico e climatológico, devendo toda a nação sensibilizar-se com essa luta e buscar medidas que corroborem com a preservação desse recurso.        “Águas são muitas; infindas”. O argumento da Carta de Caminha retratou o deslumbramento hídrico do país, detentor da maior bacia hidrográfica do mundo, porém limitado à gestão ineficiente. Segundo dados da ONU, a agricultura é responsável por 70% do uso da água e se faz carente de estratégias sustentáveis. É fato que a alimentação do país depende diretamente de sua agricultura, o que justificaria o extenso uso de água, no entanto, vale ressaltar que na deficiência desse bem, o país passará também por um déficit alimentar, desencadeando um impacto econômico e social. Nesse âmbito, a ausência de projetos de irrigação vai ao encontro de uma crise sem precedentes. Destarte, o que parecia ser inesgotável aos olhos colonizadores, vê-se na iminência de uma escassez.         Assim como Graciliano Ramos fez uma das mais relevantes obras, deve a Federação sintetizar uma história tão significante quanto. Portanto, a sociedade deve inibir a liquidez das relações, conscientizando-se de que a água é realmente para durar e requer proteção. O Ministério do Meio Ambiente pode criar Delegacias Ambientais para intensificar o monitoramento de florestas, aplicando leis e multas mais severas no descumprimento das normas ambientalistas, gerando uma gestão hídrica sustentável. Além disso, é valido que o Ministério da Agricultura implemente projetos de  irrigação e reutilização da água, apoiando-se tecnologicamente ao Ministério da Ciência e Tecnologia para suprir as necessidades agriculturáveis a partir da preservação do ciclo hidrológico. Isto posto, o Brasil poderá se ver livre de uma nova crise hídrica que perturbe sua fluidez econômica e social.