Materiais:
Enviada em: 12/10/2017

Diferentemente da vida virtuosa preconizada pelo filósofo Aristóteles, na qual a vida boa era aquela vivida na mediania – sem faltas e excessos -, o que se vive hoje é uma sociedade excedendo os limites. Todavia, o comportamento de inúmeros brasileiros vai de encontro a teoria do filosofo, sobretudo quando se analisa a gestão dos recursos hídricos. Nessa perspectiva, é necessário considerar a urbanização desordenada e a gestão do desperdício.   De início, é licito inferir a crescente urbanização. Com uma população de quase 20 milhões de habitantes, São Paulo tem uma demanda de água 4% maior do que há disponível nos reservatórios que a abastece. A cobertura de florestas mananciais que abastecem a cidade se resume a 38%, ou seja, 60% da cobertura vegetal das bacias foram removidas, como resultado da urbanização. Esse problema afeta todos os sintomas de abastecimento de São Paulo, incluindo a Cantareira. Com o tempo a quantidade de água diminui e a qualidade piora, comprometendo o abastecimento de água de boa parte do país.   Ademais, não menos importante que o urbanismo, destaca-se o grande desperdício. Isso porque, 37% da água potável é perdida no Brasil, com vazamentos, tubulações antigas, hidrantes desgastados e ligações irregulares, segundo o jornal Folha de São Paulo. Esses problemas, causam diversos gastos desnecessários, fazendo com que esse problema além de ambiental torne-se financeiro. Além disso, o alto nível de perdas também é responsável pela estiagem das represas. Logo, é necessário que os indivíduos repensem suas atitudes em relação a essas questões.   Com a finalidade de atenuar as problemáticas mencionadas anteriormente, é dever, portanto, do governo e da sociedade agir em conjunto e com urgência. Esta precisa investir na construção de tanques e cisternas que acumulem a água da chuva, para que no tempo de seca não falte água; aquele tem o compromisso de estimular descontos nas contas de água daqueles que economizam como já ocorre na cidade de São Paulo. Afinal, como defendeu o eminente idealizador Gandhi, a natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância.