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Enviada em: 30/10/2017

Rio de problemas         Diferentemente de Durkheim, Weber defendeu a tese de que fenômenos e processos sociais são dinâmicos e mutáveis, sendo necessário para poder entendê-los, extrair deles o seu sentido. Baseado nesta posição, a persistência da crise hídrica brasileira, e suas problemáticas relacionadas, convidam o Brasil a analisar e discutir a questão, a fim de resolvê-la. Por um lado, a má questão governamental contribui para a permanência do quadro, por outro, o descaso da sociedade influencia o uso desregrado dos corpos hídricos.          Em um prisma administrativo, o Governo Federal falha em garantir a distribuição igualitária de água para toda a população do país. Apesar de possuir um dos maiores aquíferos do mundo, o Brasil utiliza a maior parte de sua abundância hídrica para o abastecimento da agricultura, pilar de sua economia, levando ao déficit de água para o uso doméstico. Nesse contexto, é possível relacionar o atual cenário às obras de Aristóteles, o qual definiu o homem como animal político, sendo seu dever gerir o Estado visando ao bem comum. Por conseguinte, a definição aristotélica é descumprida na medida em que aumenta a probabilidade da escassez se intensificar.          Sob um viés social, a população brasileira desconhece seu dever de poupar recursos e utilizar os recursos hídricos de modo sustentável. De maneira análoga à Teoria dos Espelhos de Lacan, cujo conteúdo exemplifica como um indivíduo é moldado pela ótica do outro, atitudes inconsequentes, como o gasto excessivo de água, são reflexos de uma sociedade não conscientizada. Consequentemente, a população propaga esse comportamento acreditando na impossibilidade de haver malefícios ocasionados pelo uso abusivo dos corpos hídricos.             Evidencia-se, portanto, que a má administração governamental e a inconsequência do povo são grandes contribuintes para a permanência do quadro. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para a sua resolução. Para isso, o Ministério da Agricultura, responsável pela gestão agrária, deve incentivar, por meio da abertura de vagas de emprego, pesquisas no campo da engenharia agrícola, a fim de diminuir o consumo de água nas plantações brasileiras, otimizando seu uso. Ademais, a mídia, como difusora de conhecimento, pode veicular campanhas, na televisão e internet, demonstrando a seriedade e a importância de como a escassez de água e a utilização de corpos hídricos de maneira sustentável devem ser tratados, com o intuito de criar uma postura crítica na sociedade, reforçando seu dever.  Assim, se caminhará para o aprendizado com a crise e o resgate da definição aristotélica.