Enviada em: 02/04/2018

Foi inédita a crise hídrica que ocorreu entre os anos de 2013 e 2014 no Sudeste do Brasil, região de maior desenvolvimento. Entretanto, a dificuldade de acesso a água é uma realidade dramática e antiga para os moradores do Sertão nordestino. A chegada do racionamento nas metrópoles, portanto, foi um catalisador para que seja dada devida importância a questão de gestão nacional da distribuição hídrica e a urgência de adaptação ao consumo consciente.    Em primeiro lugar, é importante compreender que a distribuição do volume de água doce no território brasileiro, não é uniforme. O Sudeste, por exemplo, detêm apenas 6% das reservas de água doce. Esse fato aliado a uma gestão problemática dos recursos hídricos, resulta em cenários de escassez de água em dois níveis: o das metrópoles, causado por questões de elevado crescimento demográfico e urbanização, e do sertão, com falta de assistência e investimentos dos órgãos responsáveis.       Em suma, o Brasil possui potencial econômico e ambiental para um bom aproveitamento dos recursos hídricos, mas que , necessariamente, deve estar sob a gestão política. É fato que, a crise no abastecimento atrasa o desenvolvimento socioeconômico e prejudica a qualidade de vida da região afetada. Por conta disso, situações como essas vividas em 2013 e 2014, foram importantes para ampliar a discussão acerca da falta de atualização nos planos de abastecimento, e a compreensão que a água é um recurso esgotável, que deve ser consumido conscientemente.      Diante disso, medidas devem ser tomadas à longo prazo, como obras que visem à ampliação das fontes de abastecimento de água, por exemplo, a Transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, de grande investimento financeiro, mas com amplo beneficiamento.O desenvolvimento de tecnologias para reúso da água, como aproveitamento de águas pluviais, deve ser empregado para usos cotidianos nas cidades. As campanhas de conscientização em escolas e espaços públicos, são importantes medidas adicionais e catalisadoras no combate ao desperdício da água.