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Enviada em: 07/06/2018

Desde o século XVI, quando os portugueses conheceram as terras tupiniquins cobertas pela mata atlântica, essa flora tão biodiversa tem sido intensivamente explorada, inicialmente pela extração das árvores que deram nome a essa terra e instalação de feitorias e crescimento das vilas. Após 500 anos de história, o processo lento e gradual de formação das grandes cidades brasileiras configurou a formação da região mais ocupada e urbanizada do Brasil - e também a floresta mais devastada. Apesar de alguns esforços, públicos e privados, conservar o que restou da mata atlântica não é prioridade dos governos brasileiros visto que há pouca verba destinada a esse dever. Dessa forma, é imprescindível a mobilização da população por alternativas que permitam o resguardo dessa floresta. Atualmente, pouco da área original ocupada pela mata que banha o litoral atlântico brasileiro se encontra intocada diretamente pelo ser humano, frequentemente, resguardadas em áreas de proteção. Entretanto, mesmo asseguradas por lei essas regiões ainda são alvo de destruição pela cobiça de grandes proprietários que através de terceiros se apossam da terra: o famoso usucapião. Isso ocorre porque a fiscalização das terras é fraca e ineficiente, dessa forma, os donos de terras às margens de reservas florestais atlânticas instalam pessoas de confiança e incentivam o uso em sua fronteira, após cinco anos de apropriação, a legislação permite que o invasor se torne dono. Por outro lado, as políticas para recuperação de terras privadas invadidas é dura e mais eficaz. Esses opostos ilustram que a legislação é fraca no que se refere a proteção e manutenção de áreas protegidas assinalando o descaso dos governos.  Não obstante, a população das cidades localizadas em região de mata atlântica, tamanha destruição e urbanização, ficam alheias a esses problemas ambientais. Nessa sociedade dividem-se dois extremos: aqueles que conhecem a mata atlântica e a querem para sua posse e uso intenso e o restante que mal sabem de sua situação crítica. Essa população desinformada que não enxerga o problema, tampouco irá cobrar ações governamentais para reverter o curso que se segue há tanto tempo. Frente a um cenário tão descuidado como esse, é difícil se motivar e mobilizar contra a destruição e a favor da florestas que ainda temos. Por isso, mais do que nunca é imperativo uma mobilização da elite pensante, pesquisadores e universidade, sobre a população. Essa ação deve ocorrer em escolas de ensino básico, promovendo excursões e palestras sobre a mata atlântica por toda a região de mata atlântica, com especial atenção para as cidades que ainda possuem reservas. Ademais, a ação deve ser complementada por apoio da mídia, através de reportagens, para atingir a população adulta. Para que ambos, jovens e adultos, conscientes, possam a longo e curto prazo exigir mais e fazer mais.