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Enviada em: 10/06/2018

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Minerais, a Mata Atlântica é considerada o bioma mais devastado do território brasileiro. Esse lamentável título advém de um histórico extrativista predatório, o qual se inicia com a extração da árvore pau-brasil pelos colonizadores portugueses, no século 16, e perpetua-se até os dias de hoje. No entanto, pode-se observar, que grande parte desse cenário de calamidade é reflexo de um consumo desenfreado de recursos, somado à um Estado defasado de diretrizes ecológicas.         Em primeira instância, é possível notar que, ao longo da trajetória econômica do Brasil, os diversos ciclos econômicos, tais como o da cana-de-açúcar e do café, somados ao processo acelerado de industrialização e explosão demográfica, foram determinantes para o desmatamento e exploração de recursos não renováveis. Por conseguinte, tais posturas sentenciaram um dos ecossistemas mais ricos do mundo em diversidade à quase extinção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Florestas, a Mata Atlântica foi reduzida a 7% de sua configuração original, transformando-se de imponente bioma em  extensão territorial e pluralidade, a apenas sombras.       Em segunda instância, constata-se um governo passivo e deficiente quanto às questões ecológico-sociais. Não há políticas suficientes de incentivo à economia sustentável, prova disso é o foco econômico do país, o qual é voltado para o setor agropecuário, um dos principais contribuintes ao desflorestamento. Ademais, o Brasil conta com uma legislação inexpressiva e generalizada, que contribuem "brechas" que são utilizadas por grandes empresas dos setores mobiliário e minerário. Outrossim a escassa conscientização populacional quanto a importância da preservação ambiental, acrescida das minguantes formas de monitoramento, formam a conjuntura nacional de negligência.       Diante do exposto, faz-se necessário a participação mais dinâmica do Estado, através de apoio às pesquisas sobre métodos de recuperação da biodiversidade florestal, assim como incentivo à propagação de cursos e palestras sobre preservação, tanto em escolas quanto em universidades, objetivando propagação do conhecimento ambiental. Além disso, o governo deve estimular novos meios sustentáveis de economia e aproveitamento de recursos, por meio de incentivos fiscais e selos ambientais para empresas que reciclam e reutilizam matérias-primas, evitando o desmatamento. Ainda se faz necessário o engessamento e objetividade da regulamentação ecológica, a qual alinhada ao aumento de monitoração de áreas protegidas e degradadas, aplique penalidades objetivas com poucos recursos, impondo desta forma uma cultura conservacionista ambiental.