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Enviada em: 19/06/2018

Apesar da redução nos números nas últimas décadas, o desmatamento da mata atlântica ainda é uma realidade preocupante. A mata, detentora da segunda maior biodiversidade em comparação com os demais biomas brasileiros, é a primeira quando o assunto é a perda de fauna e flora pela ação antrópica. Segundo dados da plataforma SOS Mata Atlântica, estima-se que somando todos fragmentos de floresta, resta apenas 12,5% de sua formação nativa. O estabelecimento da monocultura, das formações urbano-industriais e populacionais nessas áreas intensificam o problema.    A princípio, destaca-se a retirada da cobertura vegetal em virtude do sistema agropecuário. Ainda durante a época de Brasil Colônia, o desmatamento já era intenso para estabelecimento do cultivo monocultor de cana-de-açúcar, principalmente na região Nordeste. A área de clima tropical úmido e detentora de um rico solo de massapê foi considerada ideal para a exploração. Essa atitude, ainda se reflete na atualidade, e pode ser reduzida através do sistema agroflorestal. Esse sistema, que visa à redução das áreas degradadas através do consórcio entre espécies arbóreas e policulturas agrícolas, já é visto na região Sul nos faxinais: comunidades coletivas adaptadas às atividades agrossilvipastoris.      Da mesma forma, a concentração urbano-industrial na região litorânea, local onde predomina a Mata Atlântica, contribui de forma massiva para o seu desaparecimento. A retirada da flora para o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e também para suas interligações através de rodovias, túneis e ferrovias acentuam a problemática. Tentando a contornar, surge o projeto do Ministério do Meio Ambiente para a aplicação de Corredores Ecológicos que, com o participação das populações locais, busca reduzir a fragmentação e conservar a floresta com sua fauna típica, evitando a extinção.    Além disso, a formação dos grandes núcleos populacionais nas regiões de mata - zona costeira - é outro fator contribuidor. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 60% da população se concentra nesse entorno. Perante isso, conforme previsto na Lei da Mata Atlântica, esses núcleos devem assumir parte da preservação, através, por exemplo, do Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), que reúne informações sobre as ações necessárias para a proteção e restituição da biodiversidade com o mapeamento de áreas verdes e sua administração.     As razões do desmatamento são diversas e estão, no geral, associadas a fatores enraizados como a ocupação e o desenvolvimento. O governo já possui, através do Ministério do Meio Ambiente,  projetos  e leis que visam à diminuição nos índices. Resta, portanto, o incentivo às práticas sustentáveis no meio agropecuário com o sistema agroflorestal, bem como, o manejo de subsídios para a sua consolidação nos âmbitos municipais, com a preservação das áreas verdes e da fauna e o replantio da vegetação.