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Enviada em: 14/08/2018

"Para a ganância, toda a natureza é insuficiente". A afirmação de Sêneco está intrinsecamente relacionada ao desaparecimento da Mata Atlântica do cenário brasileiro,problemática advinda de frutos do individualismo humano. Nessa vereda, pode-se destacar o processo de formação nacional (sustentado pela exploração dos recursos naturais) e a fragilidade das leis ambientais brasileiras, que, na prática, são ineficientes.  Indubitavelmente,os ciclos econômicos iniciados com o plantio e extração do pau brasil foram determinantes para a degradação do referido bioma, na medida em que, com a posterior utilização de grande parte de suas áreas para aproveitamento de culturas de cana de açúcar e café, o ritmo do extrativismo somente se intensificou. Portanto, apesar de imprescindíveis para o desenvolvimento da economia, as atividades agrárias instaladas no Brasil se ampliaram desacompanhadas de devida recuperação natural, como ainda ocorre em pleno século XXI. Dessa forma, torna-se inegável o persistente desequilíbrio das relações entre o homem e a natureza, diretamente responsável pelo esgotamento do conjunto biótico que se distribui pelo litoral brasilense. Segundo o Instituto de Florestas Brasileiras, 90% dele já foi devastado.  Além do que foi previamente assinalado, vale ressaltar a contradição entre a atual existência de jurisdições ambientais e a falta de infraestrutura para sua efetivação em território brasileiro. Assim, a má distribuição dos recursos federais impede,em diversos municípios, a apropriada efetivação do que é legalmente previsto. Não obstante, há também enorme inadimplência governamental para com as normas relacionadas ao meio ambiente, geralmente relegadas a segundo plano quando existem interesses empresariais envolvidos. Como exemplo, é possível citar a lentidão do pagamento das indenizações preditas à empresa Samarco, (responsável pelo acidente da barragem de Fundão, em Minas Gerais) , processo não apressado pela Justiça.  Em suma, é evidente a necessidade de ações que visem à recuperação da Mata Atlântica, que devem ser objetivadas inicialmente pela correta distribuição de recursos ambientais pelo Governo Federal, atitude que necessita ser mediada pela população. Então, é preciso de as gestões municipais se comprometam em efetuar as previsões constitucionais referentes à natureza brasileira. Nesse viés, a sociedade deve estar atenta aos interesses e planos dos políticos em que votam, priorizando os que se atentam às questões naturais. Com isso, resta a mobilização pela preservação por parte de toda a nação, incumbida de sanar a dívida histórica para o com a floresta que acompanhou e proveu o desenvolvimento do Brasil.