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Enviada em: 04/09/2018

Ainda no século XVI a atividade agrícola monocultora originou o processo de desmatamento do litoral brasileiro onde hoje restam apenas resquícios do que fora uma floresta tropical. Nesse sentido, a atividade agrícola exportadora perdurou durante o séc XX com a monocultura do café que esgotou a terra roxa paulista ao passo que degradava a mata original. Dessa forma, a não percepção do homem como parte dependente dos recursos atlânticos e o crescimento desordenado das cidades litorâneas dificultam o combate ao desaparecimento da Mata Atlântica.        Nesse contexto, vê-se como alternativa demonstrar ao homem hodierno que ele é integrante do ecossistema em que vive e que é seu dever mante-lo seguro e saudável. Assim, destaca-se as funções da Mata Atlântica as quais englobam o regulamento da temperatura terrestre a medida que a evapotranspiração possibilita que os rios aéreos absorvam o calor. Outrossim, desmatar áreas atlânticas fora de áreas preservativas florestais embora não seja crime, qualifica-se como o mal banal, conceito nomeado por Hannah Arendt, visto que não são necessárias leis e tão pouco conhecimento científico para que se perceba os danos da devastação. Destarte, mesmo na ausência de teorias científicas, como no caso indígena, a moral humana é capaz de perceber a horribilidade desse ato.        Ademais, o desordenado crescimento populacional do litoral brasileiro-área onde se situa a Mata Atlântica-dificultas alternativas de reflorestamento da Mata original, restando poucas reservas que, por vezes, também recebem contingentes populacionais. Portanto, há um imbróglio das alternativas ante a devastação já que o desalojamento do contingente humano vai contra o direito natural desses à moradia. Nesse contexto, são necessárias medidas conciliadoras entre o indivíduo humano, dependente da preservação do meio natural, e da natureza, sujeita à ações antrópicas.           Urge a necessidade da intervenção estatal com o fito de evitar o desmatamento atlântico. Nesse ínterim, o governo deve criar políticas de preservação contratando engenheiros ambientais,arquitetos, engenheiros civis e biólogos que, por meio de um projeto arquitetônico, estabilizem a relação entre cidade e natureza nos espaços urbanos, Concedendo, também, áreas de moradia à pessoas, conquanto que essas contribuam, por meio da preservação e reflorestamento, para o processo de combate ao desmatamento. Assim, a integração popular no processo contra a devastação e a garantia de moradia a essas pessoas garantirão alternativas ao desaparecimento da Mata Atlântica.