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Enviada em: 30/04/2018

No célebre livro de George Orwell, "A Revolução dos bichos", o autor elabora uma crítica relacionada aos regimes totalitários. Não longínquos de tal realidade, os animais acabam sendo vítimas diretas de um regime dominador do homem, animal mais forte que conta com meios de dominação e, paradoxalmente, acabam sendo vítimas irracionais da racionalidade humana. Nesse sentido, convém analisar os motivos e traçar caminhos que tenham por finalidade combater os maus tratos aos animais.    Primordialmente, cabe ressaltar que, para muitos, a legitimidade dos maus tratos aos animais é justificada pela sua irracionalidade. Já Rousseau, afirma que, por mais racional que seja, o homem também é um animal, o que anularia a validação popular. Ao submeter o tido como mais fraco á torturas e agressões, o uso da razão é abdicado e o indivíduo torna-se igualmente irracional podendo ser, nessa conformidade, considerado ainda pior que o animal.     Em contraste a isso, vale salientar que os valores estão sendo modificados com o passar dos tempos e de acordo com cada sociedade. No Egito antigo, os animais eram cultuados. Na Índia, a vaca é um animal sagrado. No Brasil, o cachorro, nomeado como melhor amigo do homem pela crença popular, é um dos animais que mais sofrem com maus tratos. Muitas vezes utilizados como presentes, os cães são abandonados e, nas ruas, sofrem inúmeros tipos de violência de uma raça que, até então, era obtentora de sua lealdade.     Portanto, medidas são necessárias para a reversão dessa problemática. O Ministério Público, deste modo, deve unir-se às delegacias locais na fiscalização de denúncias relacionadas aos maus tratos dos animais, colocando a lei de penalização em prática, abordando e aplicando as punições cabíveis aos envolvidos. Espera-se com isso combater a prática e diminuir o número de relatos, impedindo com que a realidade fictícia de George Orwell seja consumada.