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Enviada em: 06/05/2018

No texto de origem cristão, o homem foi concebido a imagem e semelhança de Deus e lhe foi dada a incumbência de trazer harmonia às relações entre as diferentes espécies criadas. Analogamente, o "Homo Sapiens", como animal com maior capacidade para modificar o meio, tem a responsabilidade de zelar pela diversidade da vida no planeta. Contudo, a ambição, que o afastou do Éden, leva-o a cometer crimes contra a vida, como o tráfico e abandono de animais.        No contexto brasileiro, a dificuldade de monitorar grandes extensões de mata, assim como a diversidade de espécies, facilitam o tráfico de animais. Segundo a Polícia Federal, 40% dos animais pegos são exportados. Estima-se que a maior parcela alimenta o mercado interno, levando animais silvestres aos centros urbanos. Esses animais, no entanto, morrem pelo transporte inadequado e por não se adaptam ao novo cenário.          Diferente dos animais silvestres, os animais domésticos estiveram ligados a história humana desde o período pré-histórico; convivendo numa coexistência benéfica para ambos. Atualmente, no entanto, muitos desses animais vivem o abandono nas ruas ou dentro de casa. A principal forma de combate a esse tipo de violação têm sido a ação conjunta de vizinhos que denunciam e órgãos fiscalizadores ou organizações não governamentais que recolhem os animais, tratam e arranjam novos lares.         Como disse o escritor britânico Douglas Adams, "Quando se culpa o outro, renuncia-se a capacidade de mudar". Nesse sentido, a solução para restaurar a harmonia entre as espécies perpassa por cada indivíduo. Uma sugestão para amenizar o problema, seria o reforço na fiscalização em lojas de vendas de animais, não apenas pelo IBAMA, mas também pelo consumidor, através da cobrança de certificações que provem a legalidade e conformidade com as leis do estabelecimento. A fiscalização não devia ficar restrita às lojas, através do engajamento da vizinha, mais casos de abusos podem ser descobertos. Dessa forma, a humanidade poderia dar mais passo no cumprimento de sua incumbência.