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Enviada em: 08/06/2018

Influenciado por escritores europeus, chegou ao Brasil no final do século XIX, o movimento literário conhecido como Naturalismo, que tinha como máxima enfatizar a natureza animal do homem e seu comportamento instintivo por meio da zoomorfização. No entanto, hodiernamente, a escola literária de Aluísio de Azevedo parece contrastar com os conceitos sociais, visto que o ser humano não se reconhece nesses seres e tem se enxergado como superior aos demais, adotando, muitas vezes, práticas de dominação e indiferença, de modo a perpetuar facetas que precisam ser extintas.        Nesse contexto, cabe ressaltar o valor dos animais no Egito Antigo, em que vários deuses eram representados por figuras animalescas. Entretanto, essa admiração parece ter se tornado arcaica, uma vez que, no cenário atual, esses seres são usados de maneira hiperbólica para servir o homem, que provoca o sofrimento das outras espécies visando o benefício próprio. Prova disso são os processos torturantes aos quais os animais são submetidos com a finalidade de testar e fabricar novos produtos para o mercado. Por esse ângulo, pesquisas da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) mostram que mais de 100 milhões desses seres morrem anualmente após serem explorados pelas indústrias no processo de produção de mercadorias que vão para as casas dos brasileiros.         Em segunda instância, convém analisar a situação dos abrigos de animais, que estão cada vez mais lotados devido à crescente taxa de abandono. Nesse viés, o filósofo Schopenhauer afirma que “a compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter”, dessa forma, ao desamparar um bicho, o homem demonstra uma conduta brutal, e a população, ao não denunciar essa prática, torna-se conivente com tal ato. Contudo, essa ação tem se tornado cada vez mais frequente, e os abrigos, por falta de recursos, não conseguem acolher todos esses seres, que apresentam uma taxa de mortalidade de 2,7 milhões ao ano devido a essa superlotação, conforme dados da ANDA.         Mediante o exposto, faz-se necessária a adoção de medidas que solucionem o problema vigente. Destarte, cabe às indústrias a substituição da prática de testes em animais por testes em máquinas, com o fito de reduzir o sofrimento daqueles que nos trazem tanta alegria; de igual modo, cabe a cada cidadão selecionar as marcas e produtos que levarão para suas casas, a fim de não financiar empresas que cometem barbáries com bichos. Outrossim, convém que o Governo crie políticas de investimentos em abrigos de animais e instaure multas e medidas punitivas aos indivíduos que os abandonam, além de incentivar a denúncia por parte da população ao presenciar essa prática, para que, dessa forma, todos os seres vivos tenham igual dignidade e o homem entenda que, como proposto no Naturalismo, a semelhança entre o ser humano e as outras espécies é incontestável.